Homilia Segunda-Feira XI Semana do Tempo Comum | Ano C

Não quebrar os dentes dos outros

Segunda-feira, 11ª semana do Tempo Comum, C – 1Rs 21,1-16; Sl 5; Mt 5,38-42

Com as palavras de hoje, o Senhor nos ensina uma grande humildade, pois nos manda resistir ao homem mau e não vingarmo-nos (Mt 5,39). Já pensou se tivéssemos um coração verdadeiramente bom? Jesus é “manso e humilde de coração” ( Mt 11,29) e quer que nós também o sejamos. Como é bom conviver com pessoas humildes, mansas e cordiais! Pelo contrário, como é desagradável estar perto de gente emproada, complicada e altiva. A mansidão e a humildade, além de serem virtudes que agradam o coração de Deus, são disposições que tornam mais fácil a convivência humana. O orgulho nos faz ridículos, a humildade nos mostra transparentes, pois – como dizia S. Teresa de Jesus – “humildade é andar na verdade”. C. S. Lewis explicava de maneira bastante clara o porquê Deus deseja ver-nos humildes: “Deus tenta nos tornar humildes para que seja possível o momento de lançarmos fora a tola e horrenda fantasia com que nos adornamos e que nos entravava os movimentos, enquanto a exibíamos por aí feito idiotas”. Falando bem claro: a humildade e a mansião revelarão o nosso autêntico “eu” e nos fará exultar em Deus.

Algumas pessoas acham-se tolamente muito importantes. Talvez ajude a explicar tal contradição a seguinte fábula tirada de Julio Eugi: uma mosca descansava sobre o chifre de um boi. Este balançou a cabeça, como faz habitualmente, e a mosca achou que o estava atrapalhando, e disse-lhe: – Se o meu peso o incomoda, pode dizer, que eu vou a outro lugar. O boi respondeu, divertido: – Muito obrigado pelo aviso, dona mosca, pois nem tinha percebido que a senhora estava aí.

Diante de Deus somos o que somos, nem mais nem menos, com qualidades e defeitos, com méritos e deméritos, gente boa com coisas não tão boas. É preciso ter bem claro tudo isso na própria vida para saber exigir os próprios direitos, cumprir os próprios deveres e dar a devida honra e glória a Deus. Ter a consciência bem formada na humildade nos ajudará também a não praticar a falsa humildade, que consiste, entre outras coisas, em negar as nossas qualidades ou em andar por aí expondo-as sem necessidade. Somos o que somos e o que somos devemos a Deus, a quem seja toda a honra e toda a glória através de nós e de nossas ações! E quanto à mansidão? Sem dúvida alguma, a mansidão vem pela humildade. Peçamos a Deus a humildade, e a mansidão também virá. Sendo assim, em lugar de arrancar o olho dos outros ou quebrar seus dentes, o nosso coração será verdadeiramente bom e, consequentemente, as nossas ações.

Padre Françoá Costa
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