Homilia Segunda-Feira da 4º semana do tempo comum | Ano C

O Reino já presente

Segunda, 4ª Semana do Tempo Comum – C – 2 Sm 15,13-30;16,5-13; Sl 3; Mc 5,1-20

Devia ser uma figura desfigurada: “vindo dos túmulos, um homem possuído por um espírito impuro: habitava no meio das tumbas e ninguém podia dominá-lo, nem mesmo com correntes. (…) E, sem descanso, noite e dia, perambulava pelas tumbas e pelas montanhas, dando gritos e ferindo-se com pedras” (Mc 5,2-3.5). Assim fica o ser humano quando afastado de Deus!

As pessoas que não creem em Deus, não somente se afastam da vida, mas se aproximam da morte. Não é indiferente fazer o bem ou não fazê-lo, seguir a Deus ou não segui-lo, ir para o céu ou não ir. Na vida, tudo tem consequências, por mais que sejam feitas livremente. Você nunca notou alguns desses jovens cuja figura parece de morte? Um estilo mortal em uma pessoa esquisita divulgando coisas estranhas. Há também um momento em que essas pessoas estão tão dominadas por si mesmas e por suas esquisitices que parece que ninguém as tirará de tudo isso: ninguém pode dominá-las, de maneira semelhante ao pobre homem dominado pelo espírito impuro.

Chama também a atenção o fato de que se tratava de um “espírito impuro”, aquele que fazia o pobre possesso a perambular por tumbas e montanhas, a dar gritos e a automutilar-se. Todo sacerdote, em seu ministério sacerdotal, já viu pessoas obcecadas pela impureza, pela fornicação, pelo adultério, pelo descontrole total na sexualidade que… chegam ao esvaziamento, ao vazio nauseante. Certamente, é de tal importância voltar a falar de pureza, de limpeza de coração e de corpo, de santidade de vida, que quando essas coisas voltam a ser escutadas, os olhos de muitos brilham mais uma vez. São Josemaria Escrivá falava de uma “cruzada de virilidade e de pureza”, a qual é mais necessária do que a que ele desejava para o seu tempo: “ É necessária uma cruzada de virilidade e de pureza que enfrente e anule o trabalho selvagem daqueles que pensam que o homem é uma besta. – E essa cruzada é obra vossa” (Caminho, 121). E essa cruzada é obra vossa! A vida santa dos cristãos é o exorcismo que o mundo precisa.

Santo Irineu de Lyon achava tão grave a animalização do ser humano que dizia: “Aqueles, porém, que recusam os conselhos do Espírito e se submetem aos prazeres da carne e vivem de modo contrário à razão e se abandonam sem freios às suas paixões, como os que não recebem nenhuma inspiração do Espírito e vivem como porcos ou cães, justamente são chamados carnais pelo Apóstolo, porque só têm sensibilidade para as coisas carnais” (S. Irineu de Lyon, Contra as Heresias, V, 8, 2). Que o bom Deus nos conceda sensibilidade para as coisas do espírito.

Padre Françoá Costa
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