Autoridade de Cristo
Segunda-feira do Advento – C – Nm 24,2-17; Sl 24; Mt 21,23-27
“Com que autoridade fazes essas coisas?” (Mt 21,23), perguntaram a Jesus. Escandalizavam-se porque o carpinteiro, o filho de Maria ensinava com autoridade, com sabedoria. Por outro lado, Jesus sempre deixava uma impressão muito grata, os que o ouviam ficavam admirados. Gosto de imaginar Cristo ensinando, gosto de imaginar-me lá junto dele escutando as suas palavras sapientíssimas, cheias de unção, são as palavras do Filho sobre o seu Pai. Nós também ficamos admirados porque é simplesmente maravilhoso tudo o que o Senhor fala sobre o Pai, seu Pai e nosso Pai, mas… será que ficamos também escandalizados, isto é, será que suas palavras santíssimas são causa de queda para nós?
Quando as palavras de Cristo seriam causa de escândalo para nós? Se, ao ler o Evangelho, chego à conclusão que tudo aquilo é impossível para mim, que não posso chegar a metas tão altas, que a santidade é coisa para poucos; se, ao escutar o Magistério da Igreja ensinando as exigências do amor de Deus, criticamos e não nos dispomos a seguir pelos caminhos que o Senhor deseja e que o Papa e os Bispos em comunhão com ele nos transmitem; se a humildade, a castidade, se o aproveitamento do tempo, o serviço aos demais me parecem virtudes de gente retrógrada, de gente do passado, pouco desenvolvida e que não acompanha a modernidade.
Mas, Jesus já tinha mostrado àqueles homens e muitas vezes nos tem mostrado a origem da sua autoridade: o que ele fala verdadeiramente vem de Deus, ele é o Deus feito homem. No batismo escutara-se a voz do Pai que dizia “Tu és o meu Filho amado; em ti ponho as Minhas complacências” (Mc 1,11); ao começar seu ministério muitos tinham escutado o Senhor com toda a autoridade a dizer-lhes: “Fazei penitência e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Também tinham se maravilhado da doutrina do Senhor quando ele certa vez entrara na sinagoga de Cafarnaum e começara a ensinar, tinham visto lá um ensino com autoridade (cf. Mc 1,21-22). Essa autoridade do Senhor também fica patente quando ele expulsa demônios, quando ele cura os enfermos. Diante das maravilhas de Cristo, seus ensinamentos e suas ações, as pessoas ficavam pasmadas e davam glória a Deus: “Nunca vimos coisa assim!” (Mc 2,12). Ainda que nem todos ficassem admirados e a dar glória a Deus, é verdade que muitos tinham essas reações. Nós queremos ser contados entre esses que glorificam a Deus, não entre aqueles para os quais a doutrina de Cristo era motivo de escândalo, de queda. Por quê? Por causa do endurecimento de coração, por causa do comodismo egoísta que não os permitia olhar ao redor de si e para si mesmos de maneira realista, a tal ponto de dizerem: “Não sabemos” (Mt 21,27). Certo é: quem não segue Jesus Cristo, de nada sabe!
Padre Françoá Costa
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