Homilia Sábado III Semana da Páscoa | Ano C

Seriedade da Eucaristia

Sábado, III Semana da Páscoa, C – At 9,31-42; Sl 115; Jo 6,60-69

Há um ditado que diz que quem não vive como pensa, acaba pensando como vive. Que Deus nos livre dessa ruptura nas nossas vidas. É preciso ser coerentes! A partir do momento que decidimos seguir a Cristo, aceitemos tudo o que ele nos propõe. Digamos-lhe que é difícil e que cairemos se ele não nos ajudar. Jesus nos entenderá. Não podemos seguir a Cristo mantendo as nossas próprias idéias, quando essas são errôneas. Além do mais, Jesus Cristo não é uma ideia, é uma Pessoa.

Isso pode ser duro para escutar e para pregar no mundo atual, mas é preciso acreditar que as pessoas desejam a verdade, o bem e a autêntica beleza. Jesus Cristo não muda a sua doutrina! Quando Jesus falou da Eucaristia, os seus ouvintes acharam que era uma doutrina muito dura e inadmissível. Qual foi a resposta de Jesus? Não retirou nenhuma só letra daquilo que tinha dito (cfr. Jo 6,60-67). A Igreja não pode falsificar o Evangelho porque nós somos fracos e nem sempre conseguimos vivê-lo, é o Evangelho quem tem que fortalecer-nos e modificar-nos.

Estando tudo isso está plenamente válido no que se refere à doutrina santa de Jesus Cristo, a Eucaristia é um desses pontos doutrinais inflexíveis, pois se trata de uma “paradósis”, uma Tradição: “Egó gàr parélabon atò tou Kyriou, hò kaì paredoka hemin” (1 Cor 11,23). A preocupação de São Paulo era transmitir a Tradição da Igreja quanto à doutrina eucarística: “Eu recebi do Senhor o que vos transmiti”. Nós também nada podemos mudar na doutrina do Senhor. É até preferível que aqueles que não entendam saiam da Igreja do que nós cedermos no que se refere a adaptações odiosas daquilo que é sagrado. São as pessoas que devem se converter a Cristo, não ao contrário.

Nunca foi boa coisa fazer seleções na doutrina de Jesus, pois seguir a Cristo é uma decisão livre, porém com muitas consequências; conforma toda a existência. Nós não podemos criar o nosso próprio código doutrinal e ético e depois apresentá-lo como se fosse doutrina de Cristo e de sua Igreja. Não! Ou se aceita ou não se aceita!

Outra coisa bem diferente é dispor-se a caminhar com Cristo aceitando tudo o que ele pede, mas, ao mesmo tempo, encontrar dificuldades na hora de entendê-la ou de a realizar na própria vida. Ter dificuldades, e até mesmo pecar, é a pura realidade, dura realidade, do ser humano nesta terra. No entanto, se depois de um pecado, seja ele qual for, nos arrependemos de coração, procuramos fazer uma boa confissão e um bom propósito de lutar para ser santos, para agradar o nosso bom Deus, fiquemos tranqüilos. Isso não é hipocrisia, é simplesmente o conhecimento de si mesmo unido à confiança no amor e no perdão de Deus. O que não pode acontecer é que por não conseguirmos fazer as coisas bem, digamos que o bem está mal e que o mal está bem. Algo semelhante se antes temos negado a doutrina católica sobre a Eucaristia em algum ponto: arrependamo-nos, professemos, confessemo-nos, comunguemos.

Padre Françoá Costa
Instagram: @padrefcosta

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