Homilia Sábado da I Quaresma | Ano C

Amar inclusive os inimigos

Sábado – I Quaresma – C – Dt 26,16-19; Sl 118/119; Mt 5,43-48

Que as palavras do Senhor estejam bem impressas na nossa alma: “Amai” (Mt 5,43-47) do jeito que ele quer que nós amemos. Na Igreja, todos somos irmãos porque somos filhos do mesmo Pai. Portanto, temos que comportar-nos como irmãos: ir ao encontro das necessidades dos nossos. Como a nossa caridade é ordenada, os primeiros na hierarquia do nosso amor são os católicos. Ninguém deveria dizer entre nós como aquele paralítico disse alguma vez, quando esperava a sua vez de ser curado junto à piscina de Betesda: “Não tenho ninguém que me ajude” (Jo 5,7). Santidade sem caridade é caricatura de santidade. “Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14). A caridade “amarra”, “enlaça” a perfeição.

A nossa fraternidade deve chegar aos detalhes, devemos ser pessoas amáveis uns para com os outros. “Cultivem a arte de ser amáveis, a cortesia no trato, a ausência de toda forma de arrogância, o caráter generoso. Não sejam nunca um modelo glacial, que se pode admirar, mas não se pode amar. Graça de Deus e bom humor: um sorriso sincero, limpo e aberto, ainda que às vezes não se possa esconder tantas amarguras humanas” (São Josemaria Escrivá, Carta, 06/05/1945, nº 42). Caridade delicada sem familiaridades, sem particularidades, sem formação de grupinhos sectários dentro da Santa Igreja.

O Senhor disse que devemos amar os nossos inimigos e rezar pelos que são nossos perseguidores (Mt 5,44). Vamos levar a sério essa vontade de Deus. Certamente amar é desejar o bem, porém não significa que a gente deva falar com aqueles que se consideram nossos inimigos. De fato, se formos falar com eles de maneira forçada, talvez eles se sentirão incomodados com a nossa insistência. E, em lugar de promover a paz, favorecemos, desta maneira, a irritabilidade do próximo. Contudo, desejar-lhes-emos o bem. Na verdade, nós, os cristãos, não temos inimigos, porque nós amamos; caso alguém queira considerar-se nosso inimigos, azar o dele.

Deus é bom e nós também devemos sê-lo. Que ele, o bom Deus, nos conceda um coração cada vez mais generoso, cheio de paz e de alegria. Se procurarmos viver na serenidade dos filhos de Deus, certamente transmitiremos a nossa paz às pessoas que convivem conosco e tudo será uma semeadura de paz e de alegria, de harmonia e de generosidade. Para com todos. São Josemaria Escrivá costumava dizer que temos que acolher a todos, os da direita e os da esquerda, os do lado e os da frente, todos devem caber no nosso coração cristão. E é verdade.

Padre Françoá Costa
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