Preferir os pobres
Sábado, 5ª Semana do Tempo Comum – C – 1 Re 12,26-32; 13,33-34; Sl 105; Mc 8,1-10
O povo não tem o que comer e Jesus tem compaixão daquelas pessoas, fazendo com que os discípulos se movam para que ele, o próprio Jesus, faça o milagre da multiplicação dos sete pães para alimentar quatro mil homens (Mc 8,1-10).
Há, portanto, vários elementos aqui a considerarmos na nossa oração de hoje. O primeiro é que o povo não tem o que comer. Certamente, muitas pessoas continuam sem ter o que comer, há muitas pessoas passando fome. Talvez a primeira pergunta que podemos fazer no dia de hoje seja esta: dou esmolas? Procuro ajudar os outros? No nosso cotidiano, não precisamos nem podemos dar esmolas a todos, pois, se assim o fizéssemos, nós mesmos começamos a pedir esmolas. Contudo, temos que dar pelo menos algumas esmolas e ser generosos em outras, precisamos ajudar grupos na igreja que se dedicam a levar alimentos para os mais necessitados. Pois bem, além do alimento material, há pessoas que não tem o comer desde o ponto de vista espiritual: estão famintos porque ninguém lhes anuncia o Evangelho nem os convida para irem à igreja. Você se preocupa com essa fome espiritual das pessoas? Procura dar esmolas espirituais, inclusive sendo generoso ao dá-las?
Do que falamos anteriormente, se depreende a compaixão. Para realizar obras de misericórdia corporais e espirituais, temos que ser movidos pela compaixão. Ou seja, a miséria alheia deve causar em nós um sentimento de humanidade e outro de bondade sobrenatural. Diante dos problemas dos outros, não vale dizer simplesmente palavras como “coitadinho”, mas, será preciso remediá-las de alguma maneira.
De que maneira? De acordo com a sua função na sociedade e na Igreja, você terá não somente que ser generoso nas esmolas materiais e espirituais, mas movendo outras pessoas para que realizem obras de misericórdia. Você conseguirá umas vez mais, outras menos; mas sempre é preciso favorecer esse objetivo: que os outros entreguem a Jesus os sete peixes. Ele sabe fazer milagres, nós não; mas ele quer algo da nossa parte: os sete peixes, os quais encontram expressões atualizadas no nosso dia-a-dia: as esmolas materiais e espirituais das quais falávamos antes. Enfim, ajudemos Nosso Senhor dando-lhe os sete peixes; ajudemos os nossos semelhantes, fazendo com que eles não somente tenham sete peixes, mas que também eles os coloquem nas mãos do Senhor.
Padre Françoá Costa
Instagram: @padrefcosta