Homilia Quinta-feira XX Semana do Tempo Comum | Ano C

Quinta-feira, 18/08/2022 – Mt 22,1-14

As metáforas de Jesus

É muito comum que encontremos o Senhor Jesus explicando o seu Reino através de comparações (Mt 22,1), isto é, de semelhanças, de analogias, mormente, metáforas. Por que esse tipo de linguagem? Jesus de Nazaré sabe o que tem dentro de si para comunicar e se expressa dessa maneira (Mt 13; Mc 4; Lc 10,23-24) para que aqueles que estão preparados para embarcar no mistério, possam fazê-lo de todo o coração. Contudo, esse tipo de linguagem deixa aberto o campo para aqueles que ainda não estão preparados. Como? Deixando-os ainda naquela ignorância que não se torna culpável, pelo menos em alguns casos. Acontece o mesmo com o bom confessor, que sabe que determinado penitente ainda não pode receber determinada medicina espiritual: melhor calar-se e esperar o tempo de Deus na alma daquela pessoa que está confessando-se.

Algumas pessoas não entenderam Jesus por causa da sublimidade da doutrina. Neste caso, a parábola era também um auxílio. Se mesmo assim eles não entenderam, Jesus faz mais um esforço para chegar à inteligência e ao coração de seus discípulos mais próximos (Mc 4,10-25). A parábola do semeador e a parábola do filho pródigo são exemplos da fantasia de Cristo muito bem desenvolvida para chegar ao coração das pessoas (Mt 13,3-9; Lc 15). Jesus tem uma capacidade maravilhosa para criar “estórias” que “desenham” os conceitos, até os mais abstratos, algo típico de uma inteligência perfeita. Façamos um propósito concreto: sempre que aparecerem essas parábolas do Senhor em nossa leitura do Evangelho, faremos um esforço para tirar muitos frutos dessas comparações, porque elas falam perenemente, tanto para os tempos de Cristo em carne mortal quanto para nós e sobre o nosso cotidiano.

Pe. Françoá Costa
Instagram: @padrefcosta

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