Homilia Quinta-Feira III Semana da Páscoa | Ano C

Comungar vivos e receber a vida

Quinta-feira, III Semana da Páscoa, C – At 8,26-40; Sl 65; Jo 6,44-51

Jesus é alimento de vida: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá para sempre” (Jo 6,51). Por isso temos que receber a comunhão somente quando estivermos vivos, isto é, sem nenhum pecado mortal. Não podemos comer a Eucaristia em estado cadavérico, morto.

Se estamos apenas feridos, com algum pecado venial, podemos comungar. De fato, a Eucaristia é, inclusive, eficaz para o perdão dos pecados (cf. Mt 26,28; Conc. Trento, sessão XIII, cap. 2). Contudo, segundo a Tradição, a Eucaristia perdoa os pecados veniais, não os mortais. Como a Eucaristia contém a Paixão de Cristo, ela nos move a um arrependimento profundo que, no contexto da Missa, nos leva ao perdão. Ainda assim, mesmo que alguém se julgue muito arrependido, deve confessar-se antes de receber a Eucaristia. Mais ainda, a Eucaristia não perdoa diretamente os pecados mortais, porém indiretamente ela pode ser a ocasião para que se consiga a contrição (perfeita) que, em previsão do sacramento da confissão a ser recebido o quanto antes, perdoa os pecados mortais. Tenha-se sempre muito cuidado para não celebrar nem comungar em pecado mortal, evitando assim a comissão de sacrilégios.

Nesse contexto, é bom recordar quais são, tradicionalmente, os frutos da Eucaristia: 1) fruto geral: por ser membro da Igreja, cada fiel, vivo ou defunto, presente ou não, aproveita dos benefícios da Eucaristia; 2) fruto particular ou ministerial: o sacerdote, por ser dispensador dos mistérios de Deus, pertence a ele oferecer o sacrifício e determinar intenções particulares em cada Santa Missa; 3) fruto especialíssimo: os benefícios que o próprio sacerdote recebe, pois ele está unido a Cristo sacerdote de maneira especial e atualiza o seu sacrifício sacramentalmente; 4) fruto especial: os benefícios que os fiéis que participam em determinada missa recebem, esse fruto é superior ao fruto geral que todos os fiéis recebem, pois este fiel concreto está presente à ação redentora.

Tanta é a vida que o Senhor Jesus nos concede no sacramento da Eucaristia que podemos estar atentos não somente ao essencial, mas, inclusive aos detalhes. No entanto, o mais importante é que nos aproximemos da Hóstia Santa e a tomemos em nossa boca tão somente se estamos em estado de graça, isto é, se não cometemos nenhum pecado mortal (= grave) desde a última confissão bem feita. Também é importante, e a Igreja assim o exige, que, uma hora antes da comunhão, nada comamos ou bebamos (com exceção de água e remédios). Logicamente, há causas graves que dispensam a obrigação de guardar o assim chamado jejum eucarístico.

Quanto aos detalhes que devemos guardar com relação à Hóstia Santa que vamos receber, é questão de amor! A comunhão será tanto mais frutuosa quanto mais amor houver. Quem deseja comungar e vai se preparando para esse momento durante as horas que antecedem a Santa Missa, entrará numa profunda e íntima comunhão com o Senhor do céu e da terra, Jesus Cristo. O Corpo e o Sangue do Senhor é o nosso tesouro nesta terra! Cuidemos daquele que nos deu a vida e continua a dar-nos-lha continuamente.

Padre Françoá Costa
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