Homilia Quinta-Feira da IV Quaresma | Ano C

Testemunhas do Senhor no cotidiano

Quinta-feira –  IV Quaresma – C – Ex 32,7-14; Sl 105; Jo 5,31-47

No texto do Evangelho de hoje aparece muito a palavra “testemunho” (Jo 5,31-47): temos que ser testemunhas do Senhor, dar testemunho dele. A luz de Cristo também iluminou as nossas vidas fazendo-nos as suas testemunhas. Nesse sentido e para ser testemunhas, um discípulo de Cristo sempre terá tempo para Deus e para os outros; procurará administrar o seu tempo de tal maneira que possa fazer muito apostolado, em primeiro lugar na família e no trabalho, depois em outros lugares e circunstâncias; estará atento às necessidades da própria alma e dará o primeiro lugar à sua vida com Deus (oração, confissão, Missa dominical, devoção a Nossa Senhora etc.); se é estudante, procurará não atrasar matérias através de uma dedicação diária e intensa a cada disciplina; enfim, um homem de Deus, uma mulher de Deus, dependerá em grande parte do exercício da virtude da prudência para chegar à santidade e para conduzir os seus amigos a Deus através do testemunho de uma vida santa.

Nesse sentido, a prudência é uma luz que vai norteando, dirigindo a nossa vida para que atuemos bem em cada momento, sem deixar as coisas que dizem respeito à glória de Deus, ao bem da nossa alma e da dos demais, para a última hora. Deus é o nosso fim, o nosso Sol, o nosso Norte; para ele e iluminados por ele somos encaminhados.

Como não admirar aquelas mulheres prudentes e que são verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo? Refiro-me àquelas que têm um bom senso e uma maneira de aproveitar o tempo que causa verdadeira admiração: trabalham, são eficazes tanto no trabalho de fora como na própria casa. A mulher prudente se entrega ao serviço de todos com um sorriso nos lábios: educa os filhos, faz a comidinha do marido, reza o terço, consegue tempo para ler um bom livro e ainda ajuda a fazer os deveres de casa da criançada. Há outras que são tão imprudentes que ainda que tenham duas empregadas em casa são um verdadeiro desastre: estão sempre correndo atrás de algum atraso, atrapalhadas, não encontram nada na própria bolsa… Coitadas! Falta-lhes prudência para governar a própria vida e a própria casa. Se não melhorarem, dificilmente darão um testemunho de Jesus Cristo com suas vidas.

Sem dúvida também há homens que não sabem se posicionar nem na própria casa, vivendo uma vida como a daquele marido que estava contando a um amigo como era o seu fim de semana: “é muito divertido – dizia ele –, pois eu leio, toma a minha cervejinha, durmo, vejo um bom filme”. O amigo, interessado na vida nada atormentada daquele sujeito, pergunta: “E a sua esposa? Ela também se diverte muito?”. Ao que o amigo responde: “Claro que sim, ela pinta”. “Puxa, que legal – diz o outro –, eu não sabia que ela era pintora. E o que ela pinta? Telas, porcelanas…”. Ao que o marido daquela senhora responde: “Não. Ela pinta as paredes: num fim de semana ela pinta um quarto; noutro, a cozinha; noutro ainda, a sala; e assim por diante”. Um homem desses busca a separação, o fim do seu casamento e, quiçá sem querer, o contra testemunho do nome do Senhor.

Padre Françoá Costa
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