Homilia Quinta-Feira da 2º semana do tempo comum | Ano C

Uma grande multidão

Quinta, 2ª Semana do Tempo Comum – C – 1 Sm 18,6-9; 19,1-7; Sl 55; Mc 3,7-12

De todas as partes eles vêm ao encontro de Jesus para escutá-lo. Hoje como outrora as pessoas querem Deus! As notícias do Senhor são sempre as melhores porque são salvadoras. Cada vez que os membros da Igreja pregam, de verdade, Jesus Cristo, as pessoas formam multidões. Quando, pelo contrário, falam de suas ideias e ideologias, graças a Deus as pessoas se afastam, as igrejas esvaziam e as vocações decrescem. Sinceramente, prefiro que na Igreja haja menos vocações do que um montão de revolucionários a trair os princípios da Igreja. Mais ainda, todos aqueles grupos que se re-inventam estão fadados ao fracasso mais absoluto. E isso é bom.

Dizia sabiamente Vittorio Messori: “Graças a Deus não me encontro entre aqueles que estão convencidos de que lhes foi concedido descobrir em que consistia o “verdadeiro” cristianismo, a “verdadeira” Igreja. Eles pensam que somente a partir dos anos sessenta do século XX um grupo de teólogos acadêmicos teria descoberto o que quer dizer o Evangelho. Pareceria, nesse caso, que durante séculos, o Espírito Santo estaria adormecido ou, sadicamente, teria se divertido inspirando de modo errôneo e abusivo a tantas gerações de cristãos, entre os quais uma multidão de santos que somente Deus conhece. Na verdade, somos apenas anões nas costas de gigantes” (Vittorio MESSORI, Leyendas negras de la Iglesia, Barcelona: Planeta, 11ª ed., 2004, p. 9-10).

Vamos continuar a promover o encontro das pessoas com Jesus Cristo, porém com o Jesus verdadeiro, aquele do Evangelho, não essa caricatura moderna chamada “Jesus” e que não leva ao céu porque está adocicado aos prazeres do mundo moderno. Os cristãos hodiernos devem estar muito atentos à eficácia de sua pastoral, isto é, aos frutos. Curiosamente, até os anos 60 do século XX, rezávamos uma Missa de costas e em latim, praticamente não tínhamos pastorais nas nossas paróquias e 94% do Brasil era católico; agora, rezamos a Missa de frente para o povo e em português, temos infinitas pastorais, tudo é bem participativo e… estamos quase chegando a 50% de católicos no País. Evidentemente não é somente a nossa maneira de rezar ou de pregar que evidenciou esse processo de secularização, mas, ao encontro do laicismo, temos que pensar quais os frutos colhemos da nossa maneira de evangelizar. A meu ver, não devemos promover nenhum saudosismo, nem mesmo um tradicionalismo de baú, mas, certamente, avaliar faz parte de qualquer “empresa” e nós que somos o “trabalho de Deus” neste mundo temos que nos avaliar constantemente para que venham multidões ao encontro de Jesus. 

Livre-nos Deus de orgulhar-nos porque não batizamos ninguém, porque as nossas igrejas estão vazias ou porque ninguém se converte à Fé. Isso seria simplesmente ímpio. Pelo contrário, que muitas pessoas, verdadeiras multidões, venham ao encontro de Jesus e nós somos os instrumentos que Deus colocou neste mundo para promover essa cultura do encontro.

Padre Françoá Costa
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