Luz e juízo
Quarta, IV Semana da Páscoa, C – At 12,14-13,5; Sl 66; Jo 12,44-50
Conta-se de uma família que estava lutando para que o pai deixasse de fumar. O homem chegou a casa e disse à sua filha: “- li há pouco na revista “Seleções” um artigo terrível sobre o fumo e já tomei uma resolução”. A jovem disse-lhe então: “- Que bom, pai! Você vai deixar de fumar? Ao que pai respondeu imediatamente: “- Não. Vou deixar de ler”.
Pode parecer incrível, mas tem pessoas que insistem em permanecer nas próprias posturas ainda quando sabem que estas são erradas. Mas também há pessoas que não deixam o erro porque não sabem que estão no erro. Escutemos a voz do profeta Oséias: “Morre o meu povo por falta de doutrina” (Os 4,6). Dizia São Josemaría Escrivá: “A fome e a dor comovem Jesus, mas sobretudo comove-o a ignorância” (É Cristo que passa, nº109). Jesus deixa bem claro no Evangelho: “Eu, a luz, vim ao mundo para que aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (Jo 12,46). Sem Jesus, sem sua doutrina luminosa ficamos na escuridão da ignorância, do pecado e da morte. Com Jesus, temos a vida, a boa doutrina, o céu.
Muitos correm atrás do espiritismo, da maçonaria, da Nova Era, de seitas as mais variadas, pensando que serão felizes. Só serão felizes quando seguirem o Senhor como Ele quer ser seguido. Não adianta enganar-se! Todas essas pessoas são boas, muitas são honestas (mais do que muitos católicos), eu os amo a todos; é preciso, porém, dizer: essas coisas não estão de acordo com o Evangelho, com a Verdade de Deus. Rezemos por todos! Amemos a todos! Contudo, é preciso ter critério, ter luz na inteligência.
Outro dia alguém me ensinou os 10 mandamentos do católico jujuba: “Não julgueis” multiplicado por 10. Mas se nós temos luz, então podemos julgar. Muita gente parece que só conhece aquela passagem do Senhor sobre o julgamento: “não julgueis para não serdes julgados” (Mt 7,1), e não se dão conta destoutra: “Por que não julgais vós mesmos o que é justo?” (Lc 12,57). E o Apóstolo, como que glosando essas palavras de Cristo, nos recorda: “Então não sabeis que os santos julgarão o mundo? E se é por vós que o mundo será julgado, sereis indignos de proferir julgamentos de menor importância? Não sabeis que julgaremos os anjos? Quanto mais então as coisas da vida cotidiana?” (1 Cor 6,2-3).
Procuremos conhecer mais a nossa fé e sermos fiéis. Da nossa fidelidade dependem muitas coisas! Encontramo-nos num período ótimo para formar-nos bem, já que não temos muito espaço em algumas estruturas. Esse “tempo de esquecimento” é o nosso deserto: vamos rezar mais e vamos nos formar melhor! Efetivamente, seria ótimo crescer na intimidade com Deus através da oração, estar mais tempo com a família, ler mais as Sagradas Escrituras e livros que me falam da fé (especialmente o Catecismo da Igreja Católica), ler um bom livro de literatura, visitar e fazer apostolado com os amigos etc.
Padre Françoá Costa
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