Quarta-feira, Oitava Pascal, C – At 3,1-10; Sl 104; Lc 24,13-35
Jesus interpreta a Escritura de Israel a partir de si mesmo. Daqui surge uma consideração valiosa: temos que começar a ler a Escritura pelo Novo Testamento. Somente depois procuraremos ler também o Antigo.
As profecias do Antigo Testamento e, indiretamente, as maravilhas de Deus outrora operadas. Isto é, as grandes obras que Deus operou noutros tempos continuam sendo uma referência para falar do Messias Salvador, que é Jesus Cristo. Contudo, o Antigo Testamento ganha todo o seu esplendor somente quando interpretado desde Cristo, é ele quem faz a interpretação das antigas escrituras de Israel. Neste sentido, o Concílio Vaticano II afirmou que “Deus, inspirador e autor dos livros dos dois Testamentos, dispôs sabiamente que o Novo Testamento estivesse escondido no Antigo, e o Antigo se tornasse claro no Novo” (DV 16). Na verdade, toda a Bíblia só tem sentido como revelação divina em Cristo e na Igreja. Desvincular a Escritura Sagrada de Cristo e da Igreja é transformá-lo num mero livro de literatura. Neste caso, eu não sei se ela teria muito êxito.
O católico deveria ler mais as Sagradas Escrituras; desconhecê-la é ignorar Jesus Cristo, já que a Bíblia dá testemunho de Jesus Cristo. Mas, lembremo-nos: ela deve ser entendida em Cristo e na Igreja.
Talvez por falta dessa interpretação que siga essa pauta haja tantas interpretações da Bíblia e, simultaneamente, tantas “igrejas”? “Tantas cabeças, quantas sentenças!” Cada um quer manter a sua opinião, o seu parecer. Por minha vez, gosto de pensar que a Igreja Católica é como uma mãe, daquelas que já estão bem velinhas, mas com uma jovialidade digna de ser invejada por qualquer menininha de 15 anos. A idade da Igreja? Somente uns 2000 anos. A sua experiência é vastíssima: conhece muito bem aquelas coisas que se referem a Jesus Cristo, conhece melhor ainda aquelas coisas que se referem ao ser humano, viveu por entre derrotas de impérios e reis, sobreviveu a ataques ocultos e manifestos… Enfim, nada nem ninguém pode contra a Igreja Católica, pois Jesus quer que ela chega à escatologia. Agora eu pergunto: como se pode ir contra a autoridade de alguém que tem 2000 anos de experiência e que só nos ensina o caminho do bem, da verdade e do amor?
Nós, os católicos, temos resposta para qualquer pergunta. Pena que o cristão, frequentemente, não se preocupa em ser formado, em ler, em conhecer a Sagrada Escritura. No caso de que viesse a desviar-se, talvez colocaria a culpa nessa Mãe bondosa que é a Igreja e que só tem buscado o seu bem dando-lhe a verdade que é Cristo. Então comece hoje, com Mateus, capítulo 1, e siga adiante.
Padre Françoá Costa
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