Homilia Quarta-Feira da 5º semana do tempo comum | Ano C

É preciso formar o coração

Quarta-feira, 5ª Semana do Tempo Comum – C – 1 Re 10,1-10; Sl 36; Mc 7,14-23

“É de dentro, do coração dos homens que saem as intenções malignas: prostituições, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, malícia, devassidão, inveja, difamação, arrogância, insensatez” (Mc 7,21-22). Como é importante, portanto, purificar o coração. Caso não cuidemos do nosso coração, ele poderia endurecer e Jesus nos diria, com razão, que nós pensamos diferente dele “devido à dureza do vosso coração” (Mc 10,5). A tradição cristã sempre gostou de resumir a atitude que devemos ter para com o Espírito Santo numa só palavra: docilidade! Um coração dócil sempre recebe com alegria a mensagem de Jesus e de sua Igreja, produzindo frutos abundantes.

Já no Antigo Testamento, o Espírito Santo havia dito por boca do salmista: “Não endureçais o vosso coração” (Sl 94,8). Poderia acontecer também que tivéssemos – em lugar de um coração endurecido – um coração mole. Quanto se diz que uma pessoa é toda coração ou que ela é “boazinha” demais, no fundo o que se quer dizer é que essa pessoa tem um caráter débil ou, com outras palavras, é uma pessoa sem caráter. O cristão foge destes dois extremos: coração endurecido, coração molenga.

Há pessoas que se dizem a favor do divórcio porque “já é normal, ninguém liga mais para isso”, outras dizem que são a favor das relações pré-matrimoniais porque “já é normal, todo mundo faz”; outras ainda são a favor do aborto porque “já é normal, estamos num mundo moderno”, outras se dizem a favor da legalização dos “casamentos” de pessoas do mesmo sexo porque “já é normal, os países modernos já não põem barreiras” etc. Estes são alguns exemplos ou da falta de conhecimento ou do endurecimento do coração.

Jesus continua a recordar-nos que no plano originário de Deus não foi assim, não é assim e não pode ser assim! (Mt 19,8). Frequentemente, antes desse estado de endurecimento do coração encontra-se uma disposição que provém da falta de ideias claras e de critérios retos. Daí a importância da formação do coração. A Igreja Católica quer formar; ela não quer impor nada a ninguém, o que ela faz é propor a verdade… Aceita quem quer! Contudo, está em jogo a própria felicidade terrena e eterna. Vamos formar o nosso coração, especialmente através da doutrina católica e na oração.

Padre Françoá Costa

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