Apresentação e consagração
Quarta-feira, 4ª Semana do Tempo Comum – C – Ml 3,1-4; Sl 23; Hb 2,14-18; Lc 2,22-40
Nossa Senhora e São José, dispostos a viverem os ritos da antiga Lei, vão ao Templo apresentar Jesus. Tal rito não era obrigatório, mas segundo Nm 18,15 era algo muito conveniente aos piedosos. Jesus, por sua vez, não tinha nenhuma necessidade de ser apresentado e, tanto Maria como José, deveriam ter consciência disso. Efetivamente, ambos sabiam que o Menino Jesus fora concebido pelo poder do Espírito Santo, que ele viera de Deus como um dom imerecido.
Maria Santíssima e São José não gostam de privilégios. Há muitos anos que eles vivem discretamente e, por isso, levam Jesus ao Templo para apresentá-lo. Essa piedade judaica estará sempre profundamente marcada no coração do Redentor, aprendida de Maria e de José. Ao mesmo tempo, Jesus vive discretamente. Quando João Batista começar a pregar o batismo de conversão, mesmo Jesus sabendo que não deveria ser batizado, ele se submeterá com a mesma discrição e simplicidade que aprendera de sua Mãe bendita e de seu pai justíssimo.
E, contudo, Jesus mesmo sendo já todo do Pai, deseja ser mais do Pai em sua humanidade santíssima. É seguro afirmar que, enquanto Deus, ele não foi apresentado no Templo, pois não se pode dizer que Deus apresenta-se a Deus. É igualmente seguro afirmar que, enquanto homem, Jesus foi apresentado no Templo e que sua humanidade foi sendo mais e mais do Pai.
Aproveitemos essa festa de hoje e esses textos bíblicos maravilhosos para pensar na nossa entrega a Deus. Já descobrimos a maravilha de entregarmo-nos ao Senhor, de sermos dele? O amor de Deus já nos convenceu a esse ponto. É melhor irmos pelas mãos de Maria. Nesse sentido, vale apresentar a consagração a Jesus pelas mãos de Maria, do grande santo de Nossa Senhora, São Luis Grignion de Montfort no seu belíssimo “Tratado da verdadeira devoção a Nossa Senhora”: uma entrega a Jesus pelas mãos de Nossa Senhora realizada em trinta e três dias de preparação. Nos primeiros doze dias, através de uma série de exercícios de piedade, a pessoa dedica a renunciar ao mundanismo, trata-se de um período de purificação. Depois desses doze dias, começam as três semanas: a primeira dedicada a conhecer-se a si mesmo; a segunda, para conhecer a Santíssima Virgem Maria; a terceira, dedicada a conhecer melhor Jesus Cristo. Se as duas primeiras semanas são de iluminação; a última é de união. Aconselho a todos os que já atingiram a idade da razão, e que querem crescer no amor a Jesus e a Maria, a fazerem essa consagração.
Padre Françoá Costa
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