Homilia do Padre Françoá Costa – VII Domingo da Páscoa | Ano A

Domingo da Ascensão, 21/04/2023 – Mt 28,16-20

  • O céu é um lugar?

Jesus subiu ao céu e está à direita do Pai, ou seja, hoje é o dia da ascensão de Jesus Cristo. Há três realidades a serem consideradas hoje. A primeira a ser pensada é o fato de que ele subiu segundo a sua humanidade glorificada. Isto é assim porque, enquanto Deus, ele sempre tem a igualdade com o Pai e com o Espírito Santo e, neste sentido, Deus não pode subir. Jesus, perfeito Deus e perfeito Homem, subiu ao céu enquanto homem e, com ele, subiu a nossa humanidade totalmente glorificada. Ou seja, nele nós vemos o que seremos; na sua glorificação, a nossa glória; na sua ascensão, a nossa subida futura.

A segunda realidade é o próprio céu, isto é, o lugar para onde ele foi. Já sabemos que a gente não gosta de dizer que o céu é um lugar, mas, pergunto: para onde vão os corpos glorificados? Se o céu fosse feito somente de anjos e de almas glorificadas, a pergunta não teria sentido, pois os puros espíritos, por causa da falta de materialidade, não precisam ocupar lugar, pois não ocupam espaço. Os corpos, porém, por mais glorificados que estejam, sendo verdadeiramente corpos, devem ocupar espaço, nem que seja glorificado; devem ocupar um lugar, nem que seja um lugar glorioso. Ou não? Quero dizer que temos que louvar a Deus porque o nosso céu será também um lugar, estaremos completos no céu. Onde é o céu? Eu não sei, mas quiçá, fora ou perto daquela sala eterna na qual está circunscrito o nosso Universo. Imaginação!? Será?!

Em um terceiro momento, há que pensar no fato que Jesus Cristo está sentado à direita do Pai. Isto significa dignidade, poder, participação nos bens paternos. Se bem que, enquanto Deus, ele é toda a bondade; enquanto homem, ele passa a ter a participação plena nos bens do seu Pai. Por isso, a Carta aos Hebreus, diz que “Cristo não entrou num santuário feito por mão humana, réplica do verdadeiro, e sim no próprio céu, a fim de comparecer, agora, diante da face de Deus a nosso favor” (Hb 9,24). O seu poder estar diante do Pai, participando dos bens do Pai, faz da sua humanidade a ponte entre a nossa humanidade e a divindade. Em suma, este dia está feito para que pensemos no céu e coloquemos todos os meios para chegarmos ao céu quando o Senhor assim o quiser.

Pe. Françoá Costa

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