Homilia do Padre Françoá Costa – I Domingo do Advento (Ano A)

Noé do século XXI

Não faz muito tempo, um amigo enviou-me uns conselhos interessantíssimos para recristianizar a sociedade. São verdadeiramente divertidos! Vamos aproveitá-los no dia de hoje de uma maneira bastante prática. Por outro lado, falando em recristianizar o nosso mundo, o nosso Brasil, vêm à mente as alegrias e as dificuldades que essa missão leva consigo.

Escutamos a comparação entre os tempos de Noé e os tempos da segunda vinda de Cristo: assim como, nos tempos de Noé, as pessoas, além de viver bem ordinariamente, estavam bastante distraídas, “assim será também na volta do Filho do homem” (Mt 24,39). Assim como os seres humanos que precederam o dilúvio universal, “comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento” (Mt 24,38), assim também estará a humanidade que precederá o juízo universal. Além da exortação que o Senhor faz para que estejamos vigilantes porque ele pode voltar a qualquer momento, não surpreende o fato de que nós frequentemente vivemos distraídos para essas coisas de dilúvios e de juízos. É normal, pois nos parece de grande proveito comer, beber e divertir-nos. E é verdade! Mas é preciso que unamos essas coisas ordinárias com as realidades sobrenaturais fazendo com que sejam uma só coisa na nossa vida: “quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,31).

O critério está bem claro: se fizermos todas as coisas ordinárias tendo presente a glória de Deus não seremos surpreendidos no dia do juízo, estaremos sempre preparados para esse acontecimento. Mas, como ter sempre presente a glória de Deus? Como não andar frequentemente distraídos?

É nesse contexto que eu acho que se encaixa como uma luva à mão os conselhos do meu amigo para recristianizar a sociedade. São também bastante práticos para que tenhamos sempre presente a glória de Deus e não andarmos tão distraídos. Dos vinte e cinco conselhos formulados pelo meu amigo, vou mencionar somente alguns:

  1. Reze antes das refeições, também ao comer em restaurantes ou em qualquer outro lugar. Ser cristão não é ter AIDS!
  2. Escreva aquilo que você sabe, mas com sentido cristão. Não se preocupe! Aqueles que escrevem sem sentido cristão tampouco são escritores.
  3. Se for comer num restaurante numa sexta-feira, pregunte ao garçom pelos menus de abstinência. Caso ele fique um pouco admirado, é simples, explique o porquê.
  4. Se você é religioso, lembre-se que o hábito é um grande testemunho e é fera demais! Retire a poeira dele e use-o desde a manhã até a noite. Não se preocupe: os jovens também chamam a atenção com as roupas que eles utilizam.
  5. Não tenha vergonha de apresentar aos amigos os seus oito filhos.
  6. Se você é sacerdote passe cinco horas diárias no confessionário. Se não é, passe cinco minutos semanais pelo confessionário.
  7. Seja pós-moderno e atreva-se a elogiar diante dos seus amigos a santa pureza, a mortificação corporal, a virgindade e a obediência ao Papa; não se preocupe: aqueles que têm complexos irão ao psiquiatra.
  8. No tempo de calor, não se comporte como índio antes da colonização. Um pouco de decência, né!?
  9. Pela rua, vá de mãos dadas com a sua namorada; e se ela tiver frio, é só dar-lhe de presente um cachecol.
  10. Com idêntica soltura com que você cita a Maomé, Gandhi o Martin Luther King, faça o mesmo com a Epístola aos Filipenses, o Evangelho segundo São Mateus ou São Cirilo de Jerusalém. Experimente!
  11. Sorria. Um Brasil mais cristão é um Brasil mais alegre.
  12. Não se queixe. Faça alguma coisa.

Sem dúvida, o meu amigo tem razão! Dizia um santo que nós temos que passar despercebidos quando está de moda chamar-se católico e ser valentes e aparecer quando os católicos desaparecem. Não precisamos vestir-nos como Noé, nem usar barba como ele, mas podemos despertar a sociedade: Jesus voltará!

Já que com esse primeiro domingo do Advento a Igreja inicia mais um Ano Novo Litúrgico, aproveito para felicita-lo também: felicidades neste Ano Novo e que seja de abundantes graças do Senhor.

Pe. Françoá Costa

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