Fortes gigantes, porém pequenos

Fortes gigantes, porém pequenos

Quinta-feira da segunda semana do Advento – C

Leituras: Is 41,13-20; Sl 144; Mt 11,11-25

Jesus exalta João Batista, o profeta do Advento: “Entre os nascidos de mulher, não surgiu nenhum maior que João, o Batista” (Mt 11,11). Uma das coisas mais atraentes na personalidade de João Batista é a coragem que ele tinha de ser ele mesmo. Ele não se massificava, não era uma espécie de “Maria vai com as outras”, não era agitado pelos ventos das variadas opiniões. Era um homem forte! Uma personalidade rija e madura como a do Batista chama sempre a nossa atenção. Por mais que se exaltem valores brandos e raquíticos, a tendência de todo ser humano é continuar admirando os heróis, aqueles que não ficam contentes em fazer simplesmente o que todo o mundo faz.

O normal deveria ser a boa educação, a generosidade, a bondade, a honestidade, a castidade, a piedade. Não obstante, a cultura atual mostra os contra valores com carta de normalidade: pratica-se na “cara dura” a falta de educação, o elogio dos egoístas e desonestos, a luxúria é exaltada e a impiedade vai reinando.  É preciso que se apresentem nos mais variados cenários das atividades deste mundo homens e mulheres fortes que, com santa rebeldia, também tenham coragem de ser eles mesmos e, com alegria e paz, ofereçam os autênticos valores aos seus semelhantes. Hoje em dia, como em todos os tempos, a fortaleza é uma das virtudes mais necessárias para o cristão que queira manter a sua lealdade e fidelidade a Jesus Cristo.

Deus nos concede fortaleza na consecução do bem, que ele torne viril a nossa vontade para que não desanimemos diante da opinião da “maioria”, dando-nos energia para resistir. É possível! De fato, não nos esqueçamos que o mesmo Jesus que exaltou o Batista, em seguida falou: “O menor no Reino dos Céus é maior do que ele” (Mt 11,11). Incrível, porém verdade, pela fortaleza de Deus em nós.

Ao saber que Deus é a nossa fortaleza, deveríamos apoiar-nos mais nele e menos em nós. Santa Teresa, como todos os santos, eram conscientes dessa realidade. Ela se apoiava na oração: “quando eu estava em oração, via que eu saia de lá melhorada e com maior fortaleza” (Santa Teresa de Ávila, Vida, 23,2). Efetivamente, além da fortaleza que é virtude cardeal, existe a fortaleza que é um dos sete dons do Espírito Santo. Por este dom “O Espírito Santo move interiormente o homem para que leve a término qualquer obra começada e se veja livre de qualquer perigo que o ameace. Há casos no qual o homem não pode levar a cabo as suas obras ou escapar dos males ou perigos, pois às vezes o agonizam até causar-lhe a morte. (…) O Espírito Santo infunde na alma do homem uma confiança especial que exclui todo temor contrário.” (S. Tomás de Aquino, S.Th. II-II, 139, 1c). Peçamos ao Espírito Santo que nos conceda tanto a virtude quanto o dom da fortaleza.

Padre Françoá Costa
E-mail: [email protected]
Instagram: @padrefcosta

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