Como a ovelha perdida

Como a ovelha perdida

Terça-feira da segunda semana do Advento – C

Leituras: Is 40,1-11; Sl 95; Mt 18,12-14

Há grande alegria no céu pela salvação de um pecador, uma ovelha extraviada: “terá maior alegria com ela do que com as noventa e nove que não se extraviaram” (Mt 18,13). Para isso é preciso falar ao coração da ovelha (Is 40,2), ir ao encontro dela e entendê-la. O bom Deus faz isso com cada um de nós: “como o braço reúne os cordeiros, carrega-os no regaço, conduz carinhosamente as ovelhas que amamentam” (Is 40,11).

O carinho de Deus provoca em nós o arrependimento, a contrição, a dor de amor. Por isso voltamos aos seus braços fortes e carinhosos. Fazer coisas erradas parece inevitável enquanto estivermos neste vale de lágrimas. No meio a tantos erros e pecados não nos esqueçamos, porém, que Deus espera o nosso arrependimento, a nossa dor de amor. É fruto da graça, sem dúvida, mas também nós podemos colaborar ao não resistirmos à ação do Espírito Santo em nosso favor. O estranho não é ter pecados, o esquisito não é equivocar-se, a coisa rara de verdade não é errar. O que tem de estranho que a miséria seja miserável? Nada. Na vida de um filho de Deus, de um cristão, o verdadeiramente bizarro seria não arrepender-se de ofender a Deus, que é tão bom e amável, que nos procura como um bom pastor que ama suas ovelhas.

A contrição ou arrependimento “consiste numa dor da alma e detestação do pecado cometido, com a resolução de não mais pecar no futuro” (Cat. 1451). O Catecismo da Igreja Católica distingue dois tipos de contrição: perfeita e imperfeita. A contrição perfeita “brota do amor de Deus, amado acima de tudo (…). Esta contrição perdoa as faltas veniais e obtém também o perdão dos pecados mortais, se incluir a firme resolução de recorrer, quando possível, à confissão sacramental” (Cat. 1452). Já que Deus aparece ao fiel como realidade amável, tudo o que lhe afastou de Deus parece como algo profundamente detestável. É o amor, portanto, que abre os olhos para que vejamos a feiura do pecado. No lado oposto de cada amor se encontra o ódio; neste caso, vem à alma o ódio, a detestação, do pecado cometido porque este ofende a Deus, bom e digno de todo o nosso amor e adoração.

A contrição imperfeita (atrição) “nasce da consideração do peso do pecado ou do temor da condenação eterna e de outras penas que ameaçam o pecador (contrição por temor)” (Cat. 1543). Neste caso, o Espírito Santo nos impulsiona através do temor para que percebamos algo do mal que cometemos. Este tipo de arrependimento é suficiente para que possamos aproximar-nos do sacramento da confissão e pedir perdão a Deus por todos os nossos pecados.

Quiçá diante do nosso bom Pastor nos animemos a realizar uma boa confissão em preparação para o Natal. Não tema, ele espera por você no sacramento da confissão.

Padre Françoá Costa
E-mail: [email protected]
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