A Igreja, a fortaleza de Deus

A Igreja, a fortaleza de Deus

02/12/2021 – Quinta-feira da primeira semana Advento – C

Leituras: Is 26,1-6; Sl 117; Mt 7,21-27

Ouvir a Palavra e pô-la em prática é construir a casa sobre a rocha (Mt 7,24), isto é, sobre Cristo, aquela Pedra que saiu de algum lugar e derrubou as montanhas do orgulho da estátua de ouro, prata, bronze, ferro e argila (Dn 2,31-35). Em seguida, “a pedra que havia atingido a estátua tornou-se uma grande montanha, que ocupou a terra inteira” (Dn 2,35). Acaso não foi isso que aconteceu com o fato “Cristo”, ou seja, a sua morte e ressurreição encheu o mundo de cristãos; nós, o seu corpo místico (Igreja), aqui estamos para continuar a sua obra salvadora.

Efetivamente, Jesus Cristo, que é a pedra que os construtores rejeitaram e que se tornou a pedra mais importante (Sl 118,22), tem um corpo (Rm 12,4-5; 1 Cor 12,27), que é a Igreja, edificada sobre ele e que se encontra em constante crescimento. A sua Igreja é a casa construída sobre a rocha (Mt 7,24), a cidade fortificada, nossa segurança, a qual o Senhor cercou-a de muros e antemuros (Is 26,1). Quem entra na Igreja? Responde Isaías: “Abri as portas da cidade, para que entre uma nação justa, que observa a fidelidade” (Is 26,2). Também o salmista afirma: “Sim, esta é a porta do Senhor, por ela só os justos entrarão!” (Sl 117,20).

Como se pode ver, a Igreja é a fortaleza de Deus, nossa segurança, nossa casa construída sobre a rocha. Nela nós temos a firmeza da fé, a força dos sacramentos e a estrutura sólida que nos conduz ao céu. Efetivamente, ela é a “coluna e o sustentáculo da verdade” (1 Tm 3,15). Amemos a Igreja, principalmente naqueles momentos em que vemos que há muita fraqueza em seus membros enfermos. Certamente, na Igreja existem momentos de crises mais ou menos graves, porém, tudo passará. Deus, em sua eternidade, pode até parecer dormindo na barca da Igreja e, contudo, tudo está em suas mãos. Quando ele quiser, dirá palavras que acalmam as tempestades.

Mesmo assim, não é bom que dispersemos o nosso olhar atento àquelas palavras que afirmam que existe um povo justo no interior da casa do Senhor. A doutrina tradicional da sempre afirmou as quatro notas características da Igreja: una, santa, católica e apostólica. Uma Igreja santa é uma igreja formada por justos. A nossa pertença à Igreja não é, portanto, por causa dos nossos pecados, mas apesar dos nossos pecados. É o elemento santo que nos conecta com o Corpo de Cristo, não os nossos pecados. Não à toa a doutrina sobre o sacramento da confissão afirma que o perdão sacramental é reconciliação com Deus e também com a Igreja. Isto é, assim como nós ofendemos a Deus e dele nos separamos, assim também ofendemos a Igreja e dela nos separamos; ao reconciliarmo-nos, somos integrados na amizade com Deus e com a Igreja.

Seja a nossa oração nesses tempos uma intercessão constante pela Igreja, para que venham tempos melhores.

Padre Françoá Costa
E-mail: [email protected]
Instagram: @padrefcosta

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