Terça-feira da 32ª semana do Tempo Comum – 14/11/2023 – Lc 17,7-10
- Inúteis e humildes
Você já procurou trabalhar na sua alma a verdadeira humildade? Explico-me: há pessoas que são até capazes de dizer uma frase de rebaixamento – “somos simples servos, fizemos apenas o que devíamos fazer” (Lc 7,10) -, o problema é que não acreditam nisso que dizem, de jeito nenhum. Isto é, a boca fala algo que o coração discorda totalmente ou em parte. Não será isso um sinal certo de hipocrisia?
A hipocrisia é ridícula! Andar cabisbaixo, com a cabeça meio torta e negar virtudes que se tem são, no fundo, características de uma falsa humildade. O curioso é que tais pessoas poderiam dizer de si mesmas: “eu sou um pobre pecador, não valho nada, sou um orgulhoso. Que Deus tenha pena de mim!”. Mas, se alguém lhe diz: “você é um orgulhoso e um pobre pecador”, então elas se irritam ao extremo. Ou seja: outros não podem dizer aquilo que elas dizem sem acreditar. É preciso lutar também contra a sensibilidade doentia: “o que pensarão de mim?”, “o que dirão de mim?”, “será que eles gostaram?”, “magoaram-me!” Nós não precisamos desprezar-nos diante dos outros para mostrar que somos humildes, mas também não precisamos supervalorizar-nos internamente. É suficiente mostrar-nos como somos, isto é, com autenticidade e moderando a própria desordem interior. Quando se é inteligente, por exemplo, e alguém elogia isso em nós, podemos dizer simplesmente um “obrigado”. Também é importante que, aceitado o elogio, dirijamos, no silêncio do nosso coração, esse louvor ao Senhor: “para Deus toda a glória!” Como se pode ver: a humildade nos ajuda a andar na verdade!
Pe. Françoá Costa
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