Quinta-feira da 30ª semana do Tempo Comum – 02/11/2023 – Fiéis defuntos
- Irmã Morte
Quando Bem-vinda seja a nossa irmã, a morte! Isso não é apenas linguagem poética no estilo de São Francisco de Assis, mas esconde uma grande verdade: o cristão que tem uma sadia curiosidade para ver o rosto de Deus – Pai e Filho e Espírito Santo – vê a morte como a possibilidade de uma realidade desejada. Logicamente, o desejo não é morrer, mas ver a Deus. A vida é sempre um dom que está por cima da morte, mas quando depois da morte se vislumbra uma vida sem fim, seria até lícito desejar a morte – não enquanto fim – mas enquanto “condição” para ver a Deus, sempre sob a amorosa vontade de Deus: somente quando Deus quiser!
Nós, os cristãos, não fugimos do mundo. Estamos muito bem aqui! Desfrutamos esse mundo que o Senhor criou para nós. Ao mesmo tempo, vivendo tão bem nessa pátria mundanal, apesar das tribulações da vida, somos conscientes que a nossa pátria definitiva é o céu. Além de pedir muito ao Senhor no dia de hoje pelos nossos entes queridos, peçamos também que o Senhor nos prepare para quando chegar a nossa hora: que tenhamos entrada garantida na sociedade dos santos no céu.
E, no entanto, no dia de hoje, temos que rezar especialmente pelos nossos irmãos que já morreram. Você sabia que quando nos confessamos são-nos perdoados todos os pecados, mas já sabia também que perdoada a culpa, fica a pena, ou parte dela. Logicamente não fica a pena eterna, que seria o inferno. Permanece a pena temporal, pela qual merecemos entrar num estado de purificação (purgatório). Para aqueles fiéis que se encontram nesse estado, a Igreja lhe ajuda com as indulgências. As indulgências são aplicações dos méritos de Cristo e dos Santos para que sejam retiradas de nós ou daquelas almas a pena temporal merecida pelos pecados. Precisamos de purificação, conforme 1 Cor 3,12-15, pois tudo passará pelo fogo.
Uma indulgência pode ser plenária, que retira toda a pena temporal merecida, ou parcial, que a retira só em parte. Para ganhar uma indulgência plenária (somente uma cada dia) é necessário: 1) confessar-se (com uma só confissão é possível ganhar várias indulgências); 2) comungar no dia em que se realiza a obra com a qual se merece a indulgência plenária; 3) realizar a obra indulgenciada estando em estado de graça (sem nenhum pecado mortal desde a última confissão bem feita); 4) desapego de todos os pecados, inclusive dos veniais; 5) rezar nas intenções do Santo Padre, o Papa.
Em concreto, neste mês de novembro, concede-se indulgência plenária aplicável somente às almas do purgatório: 1º) aos fiéis que visitarem devotamente o cemitério, do dia 1º ao dia 8º de novembro, e rezarem pelos fiéis defuntos; 2º) aos fiéis que, no dia em que se celebra a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos (2 de novembro), visitarem piedosamente a igreja ou oratório. Nesta piedosa visita recita-se o Pai-Nosso e o Credo. Ajude as almas do purgatório com grande caridade e tenha excelentes intercessoras por você.
Pe. Françoá Costa
Instagram: @padrefcosta