Terça-feira da 21ª semana do Tempo Comum – 29/08/2023 – Mc 6,17-29
(Martírio de São João Batista)
- Música que faz perder a cabeça
Conta-se que São João Maria Vianney não gostava de bailes e que ele dizia: “Aprendam, meus filhos, foi por causa de um baile que João Batista foi morto”. O nosso Cura de Ars tem razão, pois, de fato, era o aniversário de Herodes e, naquele dia, “a filha de Herodíades entrou e dançou. E agradou a Herodes e a aos convivas” (Mc 6,22). Quase embriagado pela dança da jovem, Herodes comete um despropósito: “pede-me o que bem quiseres, e te darei” (Mc 6,22). A moça, instigada pela mãe, pede a cabeça de João Batista” (Mc 6,24). Deve ter sido uma cena horrível: a cabeça de João batista servida num prato!
Determinadas danças tem um poder hipnotizador. Algumas arrebatam o corpo e seus sentidos: a pessoa começa a ter vontade de fazer algumas coisas que, por vezes, sente-se quase arrastada para elas. Há músicas por aí que não podemos escutar, quanto menos dançá-las. Os gestos dessas músicas parecem atos sexuais, as coreografias são tão imundas quanto os gestos, a força que o corpo percebe é gravitacional: sempre para baixo! Elas não elevam o espírito, mas o rebaixam ao nível das paixões corporais mais aviltantes. Tais músicas não são de Apolo, mas de Dionísio. Explico-me: na mitologia grega, Apolo era o deus da razão e da ordem; Dionísio, o da loucura e da extravagância, do caos e das paixões desordenadas. Na comparação realizada, fica muito claro que o nosso mundo é mais dionisíaco que apolíneo. O cristão, sem acreditar em deuses, segue a ordem da razão e do Espírito Santo que nele habita. Precisamos viver segundo a razão, a ordem, o amor de Deus. Evitemos, portanto, certas músicas e determinadas danças. Demos mais razão a santos como São João Maria Vianney e não cortaremos a cabeça de santos tão bons como São João Batista.
Pe. Françoá Costa
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