Sábado da 3ª semana da Páscoa, 29/04/2023 – Jo 6,60-69
- Adoradores de Deus
Na Sagrada Hóstia, adoremos o Verbo encarnado, Jesus Cristo! Ele “vem de Deus” (Jo 5,46); “desceu do céu” (Jo 5,50) para salvar-nos, e permanece conosco dando-nos a sua carne (Jo 6,51) em alimento. É Jesus Cristo, Deus e homem. Adoremos! Aprofundemos um pouco mais na adoração que se deve a Jesus Cristo e, portanto, à Eucaristia. A fé cristã diz que em Cristo há uma única Pessoa, a Segunda da Trindade, que é divina, e duas naturezas, a humana e a divina, que estão unidas nessa única Pessoa divina (Concilio de Calcedônia, ano 451).
A adoração que se dá à Humanidade de Cristo é adoração de “latria”, isto é, a adoração devida só a Deus, ao qual o homem se entrega colocando sua esperança de salvação? Considerando que a Encarnação é para sempre, ou seja, a Humanidade e a Divindade em Cristo desde a Encarnação nunca se separaram e jamais se separarão, a pergunta pareceria sem sentido. No entanto, pensando apenas na Humanidade de Cristo, é preciso dizer, em primeiro lugar, que a adoração que se lhe dá em razão de sua união à Pessoa divina, é uma verdadeira adoração de “latria”. Ao adorar a Santíssima Humanidade do Senhor, estamos a adorar o mesmo Verbo de Deus encarnado. Nesse sentido, diz São João Damasceno que se adora a carne de Cristo não por causa da carne em si mesma, mas por que está unida à pessoa do Verbo de Deus. No caso da Eucaristia, é impressionante como Jesus, no dia de hoje, quis deixar bem claro aos seus discípulos que o que ele estava a falar era algo muito sério: a Eucaristia é o seu Corpo e o seu Sangue, é ele mesmo. E, como sempre, pela verdade Jesus estava disposto a tudo, inclusive a “perder” alguns dos seus, mas não estava disposto a retirar uma só palavra do que ele tinha dito, por mais duras que parecessem: “quereis vós também retirar-vos?” (Jo 6,67). Ao contrário, nós adoramos!
Pe. Françoá Costa
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