Quinta-feira, 23/03/2023 – Jo 5,31-47
- Testemunho de Cristo e pregação nossa
Hoje Jesus prega diretamente aos judeus sobr o seu testemunho e sobre aquilo que ele faz, mas eles não acreditam (Jo 5,31-47). Nós tampouco podemos deixar de pregar, inclusive àqueles que não acreditam. A pregação de Jesus se dirigia, em primeiro lugar, aos judeus; depois, aos pagãos (cf. Mt 15,24). Santo Tomás de Aquino explica que “a boa ordem exigia que o ensinamento de Cristo fosse feito primeiro aos judeus, os quais eram mais próximos de Deus pela fé e pelo culto do único Deus, e por eles fosse transmitido aos gentios” (S. Th. III, 42, 1c). É lógico: pelo menos desde mais de um milênio, Deus vinha preparando um Povo que acolhesse sua salvação; consequentemente, primeiro deveria entregar o Salvador a esse Povo, como de fato o fez: Jesus era judeu, nasceu em Belém de Judá, seus pais eram judeus e a partir dos judeus veio a salvação a todos, como afirma solenemente Jesus: “a salvação vem dos judeus” (Jo 4,22). É uma questão da ordem das obras de Deus: primeiro, os judeus; depois, os outros.
Há outra razão forte que Santo Tomás comenta, utilizando o texto de Ap 2,26-28 no qual se diz que o Vencedor tem poder sobre os gentios. Como Jesus Cristo vence através do seu mistério pascal, segue-se que realmente ele se deveria estender abundantemente aos gentios após a sua Páscoa (cf. S. Th. III, 42, 1c). Essa realidade da força de Cristo sobre os pagãos vê-se logo nos primeiros anos da Igreja e entre os primeiros cristãos. Não deixa de surpreender a quantidade de exorcismos que por todas as partes os primeiros discípulos de Jesus realizavam, pois, certamente, a influência dos espíritos malignos acorrenta as nações. À medida que a Igreja se espalha, o número de exorcismos diminui, pois o poder de Cristo vitorioso irradiando na face da Terra expulsa o diabo e suas pompas. Enfim, todos nós temos que dar testemunho da Verdade, sem importar-nos se seremos logo escutados ou não.
Pe. Françoá Costa
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