Paz do Senhor
Terça-feira, 5ª Semana da Páscoa, C – At 14,19-28; Sl 144; Jo 14,27-31
Jesus Cristo dá-nos hoje a sua paz (Jo 14,21) e nós a pedimos em cada Santa Missa: “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz”. Em tempos de guerra e de tribulações as mais variadas, a Igreja pede insistentemente a paz ao Senhor. Diante das circunstâncias angustiantes da sua vida, você também pede ao Senhor ter um pouco de paz e suplico às pessoas que convivem com você, que o deixe em paz.
A paz é, portanto, dom de Deus, vem do alto para nós; por isso nós a pedimos ao Senhor: “Minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14,27). Recebamos a paz que Jesus conquistou para nós através da sua paixão e morte. Vejam só: a paz custa. Jesus demonstrou-o com sua própria vida e morte. Os antigos também afirmavam que “se queres a paz, prepara-te para a guerra!” Uma paz sem luta é uma quimera.
De fato a mentalidade da falsa paz entrou também na religião, também na Igreja de Jesus Cristo, a Católica. Há uma falsa paz que quer sacrificar a verdade no altar do pacifismo. Como? Quando se faz um diálogo com as religiões que fique em mero diálogo, sem o anúncio de Jesus Cristo e de sua verdade; quando se promove um diálogo ecumênico que aceita que todas as religiões são boas e que todos os credos cristãos são verdadeiros; quando você, no seu ambiente, não fala mais de Deus, nem de Jesus nem de sua Igreja, para manter a paz, já que somente os outros podem ser intolerantes hoje em dia.
Essa falsa paz não é a paz do Senhor, pois aquela que veio de Jesus Cristo custou-lhe a vida. E quando essa falsa paz ruir? O que ficará? Aqueles cristãos que defenderam a verdade, mesmo que no dizer deles não foram tão pacíficos. A bem-aventurança da paz diz que são “felizes os que promovem a paz porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). Não se é filho de Deus a não ser passando pela paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo através das águas do batismo. A paz pressupõe um duro combate, seja bélico ou espiritual.
Temos que ser amáveis para com todos, máxime para com aqueles que convivem conosco e, de maneira bem especial, dos nossos familiares; precisamos ser cordiais com todas aquelas pessoas que pensam diferente de nós, também em questões religiosas; é nosso dever ser bem educados com todos os nossos irmãos, principalmente os que professam a mesma fé católica que nós. Contudo, é importante entender que toda essa bondade e transigência é para com as pessoas, não para com os seus erros nem para com os erros dessa nossa sociedade perversa.
É conselho apostólico: “Procurai a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, vigiando atentamente para que ninguém seja faltoso” (Hb 12,14).
Padre Françoá Costa
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