Sociedade perfeita dos que amam
Segunda-feira, 5ª Semana da Páscoa, C – At 14,5-18; Sl 113; Jo 14,21-26
“Quem tem meus mandamentos e os observa é que me ama” (Jo 14,21). Isto é, o amor tem regras. Não se deve amar de qualquer maneira, mas segundo Jesus Cristo. Aquele que observa o que o Senhor mandou, este o ama; quem assim não faz, por muito que pense que está amando a Deus, na verdade fugiu da objetividade do amor e caiu no sentimentalismo ao qual chama amor.
Como cada um de vocês pode perceber, isso é muito comum na nossa sociedade moderna. As pessoas chamam qualquer coisa de “amor”, na verdade não sabem o que é o amor. Os santos sabem e podem ensinar-nos a amar de verdade; sobretudo aquele que é o Santo dos Santos, aquele que é amor (1 Jo 4,4).
Platão, quase 400 anos antes de Cristo, já insistia que, no Estado ideal, na Atenas que ele sonhava, somente os homens justos, exercitados em praticar a justiça, poderiam dar as leis justas para o Estado, não os corrompidos nem aqueles que não são exercitados nas coisas justas. Desta feita, a justiça não é fruto da democracia, mas seria a regente de qualquer modelo social. É isso mesmo, a justiça não é democrática, ela nos antecede.
Poderíamos aplicar essa teoria platônica também para o amor. A caridade não é democrática, ela nos precede, pois “quando éramos inimigos fomos reconciliados por Deus pela morte do seu Filho” (Rm 5,10). Certamente, a justiça de Deus está no seu Cristo, o amor de Deus encontra-se em Jesus Cristo, o seu Filho amado. Ele é a regra, a medida, a lei do amor.
Não são um bando de jovens paganizados e sensualizados que vão nos falar de paz e de amor, quando na verdade por essas palavras entendem “drogas e sexo”, mas o próprio Cristo e seus santos que nos vão explicar o que é o amor, a justiça, a paz. Não são essas ideologias satânicas, alinhadas para destruir o ser humano e as leis de Deus, que vão nos dizer o que é amar, já que eles não entendem de amar. Ou seguimos os mandamentos de Deus, que são regras para ver se o nosso amor é verdadeiro ou não, ou ficamos em uma subjetividade emotiva que nos levará para o inferno.
Aqueles que são dóceis ao amor de Deus podem também ter a segurança que Deus os está levando, paulatinamente, para a sociedade perfeita, a Jerusalém do céu, a Atenas eterna, na qual se ama de verdade, pois Deus, que é amor, lá habita em todos os seus eleitos. Nas pessoas que já amam enquanto estão nesta Terra, ainda que imperfeitamente, Deus já estabelece neles sua morada (Jo 14,23). Nós somos verdadeiramente templo do amor, de Deus, e um dia o seremos eternamente.
Padre Françoá Costa
Instagram: @padrefcosta