Homilia Sábado IV Semana da Páscoa | Ano C

Amigo de Jesus Cristo

 

Sábado, IV Semana da Páscoa, C – At 1,15-26; Sl 112; Jo 15,9-17; festa de S. Matias

 

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13). Jesus é amigo de São Matias, pois deu sua vida por ele; porém São Matias também é amigo de Jesus, pois deu a vida pelo seu amigo, Jesus. E você, é amigo de Jesus? Ele é seu amigo, pois já deu a vida dele por você. Mas, como dar a vida por Jesus, hoje? Amando.

 

Amor a quem? Aos inimigos? Sim. Também aos amigos. Como é relativamente fácil amar os amigos, quiçá seja mais interessante insisitir no amor aos que nos maltratam, aos que nos perseguem e aos que falam mal de nós, nem excluímos os que difamam a Igreja e os que injuriam os ministros de Deus. Também os insensatos que afirmam disparates contra a fé e os bons costumes tentando corromper a família, a juventude e as crianças, devem ser objetos do nosso amor que perdoa. Enfim, todos os que nos consideram inimigos – nós, ao contrário, não somos inimigos de ninguém – se sintam amados e perdoados por nós. O amor de Cristo não conhece fronteiras e nós, seus discípulos, também devemos desconhecê-las.

 

Jesus Cristo não pregou essa doutrina somente com a palavra, mas também com o exemplo. Do alto da cruz, depois de crucificado por aqueles deicidas, ou seja, por todos os pecadores, pronuncia aquelas palavras que continuam nos comovendo profundamente: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Faz dois mil anos que essas palavras ressoam aos ouvidos do Pai que, em atenção a essa súplica do seu Filho, ao qual não fizeram justiça, continua perdoando e nos levando ao Paraíso.

 

“Mais do que em “dar”, a caridade está em “compreender” (S. Josemaría Escrivá, Caminho, 463). O que nós fazemos para compreender aqueles que se dizem nossos inimigos? Será que nós pensamos que essas pessoas têm fome de Deus e de que, no fundo, desejariam ser felizes ao lado do Senhor? De fato é assim: eles desejam a felicidade e, consequentemente, desejam a Deus. Demos graças a Deus pelo dom da fé e pela boa formação que estamos a receber no seio da Igreja, já que se não fosse a bondade de Deus para conosco seríamos piores que aqueles que, quiçá, julgamos endiabrados.

 

Padre Françoá Costa

Instagram: @padrefcosta

 

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