Homilia Terça-Feira da IV Quaresma | Ano C

Como Deus quiser

Terça-feira –  IV Quaresma – C – Ez 47,1-12; Sl 45; Jo 5,1-16

Encontramo-nos em Jerusalém com Jesus e andando com ele junto à famosa piscina probática. Encontram-se lá, “deitados no chão, numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos” (Jo 5,3). Qual era a esperança? Ser o primeiro a entrar na piscina logo após a agitação das águas provocada pelo Anjo do Senhor, pois, desta feita, o sortudo de turno ficava curado (Jo 5,4). Desta vez o homem de sorte foi um senhor que estava doente há trinta e oito anos, porém ele não seria curado pela agitação de umas águas nem por nelas entrar, mas seria pelo próprio Jesus e a agitação que ele provocaria nas águas daquele coração enfermo.

Qual é a sua esperança? Talvez você espere resolver determinado problema de uma maneira, porém Jesus vê a solução de outra maneira. Já pensou nisso? Aquele homem, doente há tanto tempo, quiçá só via como solução esperar a água se agitar e ele ter a sorte de ser o primeiro a entrar nela; Deus, porém, tinha outro plano, pois queria um encontro dele com o seu Filho Jesus, independente das reações dele no futuro.

A partir dessa experiência desse homem curado, podemos pensar mais decididamente em entregar a nossa vida a Deus, pois, fica cada vez mais claro que as soluções que nós queremos dar aos nossos problemas, talvez não sejam as melhores soluções, as soluções de Deus. É por tudo isso que o Senhor nos ensinou a rezar no Pai Nosso: “seja feita a vossa vontade assim na terra como é lá no céu”. Exatamente: no céu todos estão absolutamente submetidos à vontade divina, e, portanto, totalmente felizes. A ideia é que cada um de nós viva, já aqui na terra, um pouquinho de céu. Como? Aceitando a vontade de Deus para as nossas vidas.

Não sei se você sabia, mas uma das melhores maneiras de parar de sofrer é aceitar a situação na qual vivemos como vontade de Deus. Explico-me: se eu, ao atender confissões, fico preocupado em almoçar e o pessoal está demorando, então, por cada penitente novo que entra no confessionário, eu sofrerei porque nunca a fila de confissões termina e eu sempre vejo a fome apertar e a hora do almoço não chegar. A partir do momento em que eu falo para mim mesmo: “Quer saber de uma coisa, há infinitos penitentes, e não tem nenhuma importância almoçar, entrego isso a Deus”. Então, nesse exato momento acaba o sofrimento e além do mais… ofereço um pequeno sacrifício ao meu Senhor, que ele recebe qual jóia preciosa.

Hum, agora vamos ver na prática… A vontade de Deus. Sim. Isso é o que nos torna verdadeiramente felizes.

Padre Françoá Costa
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