Juntos em missão
Quinta-feira, 4ª Semana do Tempo Comum – C – 1 Re 2,1-12; 1 Cr 29; Mc 6,7-13
Jesus chama. Essa dimensão de dom na vocação é algo que deve arrebatar constantemente o coração de quem é chamado por Deus. De fato, olhando para a nossa história e as pessoas com as quais nos encontramos na nossa vida, chegamos a uma conclusão bem clara: havia tanta gente melhor para que Deus pudesse chamar e, no entanto, chamou-me a mim. O que foi que Deus viu em mim? Por que eu? A resposta é o amor misericordioso de Deus, o qual escolhe sem méritos precedentes. A vocação é algo semelhante a ganhar na loteria: desfrutemos de tudo o que ela nos oferece.
Interessante que ele chamou doze. Certamente, Deus quer que todos se salvem e, nesse sentido, todos são chamados, vocacionados, à vida eterna. E, contudo, Deus, entre aqueles que são chamados à eternidade, coloca algumas pessoas que fazem as vezes dele para conduzirem mais facilmente seus irmãos à glória eterna. Através dos Doze, Jesus oferecia todos os meios necessários para que todos os outros pudessem ter acesso ao Paraíso. Se analisarmos bem, a Igreja é precisamente essa cooperação orgânica entre o sacerdócio comum, dom vocacional batismal, e o sacerdócio ministerial, dom vocacional ordenado. A Igreja sempre precisará dos Doze, isto é, do ministério ordenado: bispos, presbíteros e diáconos. Rezemos muito pelos membros do Povo de Deus que foram chamados a esse sublime ministério, para que correspondam cada vez mais ao dom que receberam do Senhor.
O ministério sacerdotal se exerce em comunhão, por isso Jesus os enviou dois a dois. Bispo e presbítero devem estar bem próximos, pois o presbítero depende do bispo para existir, pois é seu colaborador mais próximo; contudo, o bispo depende do presbítero para estender-se por sua Diocese. Ambos, bispo e presbítero, fazem um trabalho de dois a dois. Deve haver uma relação paterno-filial entre esses dois membros da Igreja. Rezemos para que o ministério ordenado se manifeste como realidade cada vez mais unida, especialmente através dos bispos e dos padres.
A missão da Igreja é a continuidade da missão de Jesus Cristo. Ele veio para salvar-nos, ele deixou sua Igreja para continuar sua obra de salvação, tanto através do Batismo, o qual produz fiéis para o seu Reino, quanto através do sacramento da Ordem, o qual produz ministros para a edificação do seu Reino. Rezemos para que, na Igreja, se viva cada vez mais dessa realidade: a cooperação orgânica entre leigos e padres, entre religiosos e padres, entre todos. Estamos em missão, ou seja, cuidamos dos interesses do nosso Pai do céu.
Padre Françoá Costa
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