Luz laical
Quinta, 3ª Semana do Tempo Comum – C – 2 Sm 7,18-29; Sl 131; Mc 4,21-25
Não dá para esconder a vela debaixo da cama, é preciso colocá-la em lugar algo para que ilumine todo o ambiente. No caso do cristão leigo, ele tem como missão injetar o espírito cristão nas estruturas seculares. Na prática, deve mostrar a luz da Palavra através das mesmas circunstâncias da vida quotidiana e secular. Lembrando que o cristão leigo não deve ir para a sociedade, pois ele já está nela; não é uma pessoa que saiu do mundo e foi devolvido ao mundo, mas uma pessoa que, entre os seus iguais, foi iluminado por uma graça que acenderá o genuinamente humano e suscitará o autenticamente cristão na sua vida e, paulatinamente, na de todos os que dele se aproximam. Tudo isso acontecerá desde dentro das mesmas estruturas temporais.
A Carta a Diogneto, escrita pelo ano 120 d. C., imortalizou aquilo que nunca deveria desaparecer da consciência dos discípulos de Cristo: “assim com a alma está no corpo, assim os cristãos estão no mundo. A alma está espalhada em todas as partes do corpo, e os cristãos estão em todas as cidades do mundo. (…) Tal é o posto que Deus lhes determinou, e não lhes é lícito dele desertar”. O cristão leigo não pode descurar, portanto, o anúncio da Boa Nova aos seus amigos, familiares, conhecidos em geral. Por ocasião das relações familiares, profissionais e de ócio deve procurar anunciar a todos os que com ele convivem que Jesus Cristo os ama, que morreu e ressuscitou pela salvação deles, que é preciso converter-se e crer ingressando na Família dos filhos de Deus, que é a Igreja. Deve anunciar-lhes que é isso que os tornará pessoas realizadas como seres humanos, que a vida com Deus encherá os vazios existenciais que há em toda pessoa humana que ainda não se encontrou com o Salvador, Jesus Cristo. Os leigos farão isso através da amizade, da própria coerência de vida, do convite oportuno aos seus conhecidos para que comecem a ter vida sacramental e de oração.
Os leigos devem, pensando na eficácia que Deus lhes pede, ser testemunhas através de uma vida coerente com o Evangelho, especialmente na família e no trabalho profissional. A prática das virtudes humanas forjará neles uma personalidade que atrai para Cristo e dará enorme força de persuasão. A vida santa dos filhos de Deus é, com certeza, o sol a guiar a vida de muitas pessoas durante o dia e a lua a clarear o sentido de várias existências nas escuridões da noite.
Padre Françoá Costa
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