Amigos no apostolado
Quarta, 3ª Semana do Tempo Comum – C – 1 Tm 1,1-8; Sl 95; Lc 10,1-9
“Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento da minha partida” (2 Tm 4,6). Quem escreve esse texto de despedida é o grande São Paulo. Escreve-o ao seu querido filho espiritual, Timóteo, seu discípulo predileto. De fato, Paulo fala justamente desse seu carinho paternal por Timóteo ao escrever à comunidade dos filipenses: “não há ninguém como ele, tão unido comigo em sentimento, que com tão sincera afeição se interesse por vós. (…) conheceis a sua inabalável fidelidade: tal como um filho ao pai, ele se dedica, comigo, ao serviço do Evangelho” (Fl 2,20-22). A primeira leitura de hoje demonstra claramente o carinho paternal de Paulo para com Timòteo quando diz que o seu texto vai dirigido “a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé” (1 Tm 1,2).
Por sua vez, Timóteo, filho de mãe judia e pai grego, ainda jovem foi encontrado por Paulo, talvez com seus quinze anos, em uma cidade chamada Listra e foi companheiro de São Paulo na sua segunda viagem apostólica (cf. At 16). Tratava-se de um jovem com um grande coração, educado no seio de uma família cristã graças à sua avó Lóide e à sua mãe Eunice. A avó cristã transmitiu a fé à filha Eunice e ambas educariam o pequeno Timóteo no amor a Jesus Cristo (2 Tim 1,3-5). Timóteo tinha uma fé sincera e tinha uma grande devoção por Paulo. É, de fato, belo ver como os que divulgam a verdade de Deus encontram-se no Senhor, no seu coração amoroso. Foi o caso de Timóteo e Paulo e de tantos outros que perpassam a história da Igreja.
O Evangelho segundo Lucas, também amigo de Paulo, afirma que “o Senhor designou outros setenta e dois, e os enviou dois a dois à sua frente a toda a cidade e lugar aonde ele próprio devia ir” (Lc 10,1). Você já encontrou alguém unido espiritualmente a você a tal ponto de compartilharem diversos aspectos do apostolado, da evangelização? Creio que é importante que você não se sinta só, mas se una a pessoas que pensam na verdade de Deus, nos projetos do Pai, como você o faz. Sozinho, o ser humano corre o perigo de desanimar, porém, quando se encontra apoiado por um irmão ou por vários, é como uma cidade que não pode ser vencida quando combatida.
Padre Françoá Costa
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