Roteiro Homilético – II Domingo do Tempo Comum – Ano B

RITOS INICIAIS

Salmo 65, 4

ANTÍFONA DE ENTRADA: Toda a terra Vos adore, Senhor, e entoe hinos ao vosso nome, ó Altíssimo.

Introdução ao espírito da Celebração

Deus aproxima-se dos homens de todos os tempos por meio da sua Palavra e dos Sacramentos cristãos. Samuel, João, André e Pedro escutaram a voz do Senhor e acolheram docilmente as suas indicações. Escutemos também nos, com plena disponibilidade, o que Deus nos quiser comunicar na Eucaristia de este Domingo

ORAÇÃO COLECTA: Deus eterno e omnipotente, que governais o céu e a terra, escutai misericordiosamente as súplicas do vosso povo e concedei a paz aos nossos dias. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LITURGIA DA PALAVRA

Primeira Leitura

Monição: Samuel ouve a voz de Deus que o chama e, aconselhado pelo sacerdote Heli, inicia um diálogo com Deus que acompanhará toda a vida do profeta. Também o Senhor está connosco, como esteve com Samuel, quando fazemos oração habitualmente.

Samuel 3, 3b-10.19

Naqueles dias, 3bSamuel dormia no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus. 4O Senhor chamou Samuel e ele respondeu: «Aqui estou». 5E, correndo para junto de Heli, disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Mas Heli respondeu: «Eu não te chamei; torna a deitar-te». E ele foi deitar-se. 6O Senhor voltou a chamar Samuel. Samuel levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Heli respondeu: «Não te chamei, meu filho; torna a deitar-te». 7Samuel ainda não conhecia o Senhor, porque, até então, nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor. 8O Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele levantou-se, foi ter comHeli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Então Heli compreendeu que era o Senhor que chamava pelo jovem. 9Disse Heli a Samuel: «Vai deitar-te; e se te chamarem outra vez, responde: ‘Falai, Senhor, que o vosso servo escuta’». Samuel voltou para o seu lugar e deitou-se. 10O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes: «Samuel, Samuel!» E Samuel respondeu: «Falai, Senhor, que o vosso servo escuta». 19Samuel foi crescendo; o Senhor estava com ele e nenhuma das suas palavras deixou de cumprir-se.

Esta leitura é uma selecção de versículos de 1 Sam 3, onde se relata a célebre vocação do profeta pregador que, no séc. XI a. C., havia de imprimir novo rumo ao povo de Israel. A escolha dos versículos deixa ver que a intenção da Liturgia não se centra nos pormenores da história, nem na infidelidade de Eli, mas na lição de obediência pronta do jovem Samuel, oferecido ao Senhor por sua mãe, Ana (cf. 1, 28), o qual vivia com o sacerdote Eli como servidor do santuário de Silo – «no templo do Senhor» (v. 3) –, onde se guardava a Arca da Aliança. Com Samuel inicia-se em Israel o profetismo como ministério constante e ininterrupto. Como veio a suceder com os grandes profetas, a sua missão aparece precedida dum chamamento sobrenatural e bem claro de Deus. A presente leitura é a história duma vocação e fala-nos da prontidão e disponibilidade para seguir a chamada divina.

Salmo Responsorial

Salmo 39 (40), 2.4ab.7-8a.8b-9.10-11 (R. 8a.9a)

Monição: Obedeçamos com prontidão e alegria a tudo o que o Senhor nos pedir.

Refrão: EU VENHO, SENHOR, PARA FAZER A VOSSA VONTADE.

Esperei no Senhor com toda a confiança

e Ele atendeu-me.

Pôs em meus lábios um cântico novo,

um hino de louvor ao nosso Deus.

 

 

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,

mas abristes-me os ouvidos;

não pedistes holocaustos nem expiações,

então clamei: «Aqui estou».

 

 

«De mim está escrito no livro da Lei

que faça a vossa vontade.

Assim o quero, ó meu Deus,

a vossa lei está no meu coração».

 

 

«Proclamei a justiça na grande assembleia,

não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.

Não escondi a justiça no fundo do coração,

proclamei a vossa bondade e fidelidade».

Segunda Leitura

Monição: São Paulo recorda aos primeiros cristãos de Corinto que a virtude da castidade é possível porque o Espírito Santo habita em nós e nós em Cristo.

Coríntios 6, 13c-15a.17-20

Irmãos: 13cO corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo. Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. 15aNão sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? 17Aquele que se une ao Senhor constitui com Ele um só Espírito. 18Fugi da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem cometa é exterior ao seu corpo; mas o que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. 19Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós e vos foi dado por Deus? Não pertenceis a vós mesmos, 20porque fostes resgatados por grande preço: glorificai a Deus no vosso corpo.

Como em todos os anos, A, B e C, sempre se inicia o tempo comum tendo como 2ª leitura respigos da 1ª aos Coríntios; neste ano B, começa-se no cap. 6; no próximo ano C. no cap. 12.

A leitura é tirada do fim dia primeira parte de 1 Cor, na qual S. Paulo procura remediar vários abusos verificados naquela comunidade nascente. É bem conhecida a má fama da capital da província romana da Acaia: «viver em Corinto» – Korinthiázein – era sinónimo de levar vida libertina. O próprio vício era divinizado: no templo de Afrodite havia cerca de mil sacerdotisas dedicadas à prostituição sagrada. É, pois, fácil de compreender que, para alguns convertidos, fosse difícil abandonar uma mentalidade generalizada que legitimava a fornicação. E, para a justificarem, chegariam mesmo, segundo se depreende do v. 12, a torcer as próprias palavras de S. Paulo:«tudo me é permitido» (cf. 1 Cor 10, 23), e a dizer que se tratava duma simples necessidade corporal, como comer e beber (cf. v. 13), e não como algo que encerra um sentido superior que envolve toda a pessoa. O Apóstolo, para levar estes maus cristãos ao bom caminho e impedir que os outros se deixem perverter, não se detém a dar-lhes um curso de educação sexual, nem a insistir na fealdade do vício e das suas funestas consequências para o indivíduo e para a sociedade. Apela para os motivos da fé: «o corpo… é para o Senhor» (v. 13); ele há-de ressuscitar (v. 14); é membro de Cristo (v. 15); é «templo do Espírito Santo» (v. 19); «resgatados» por Cristo, já «não pertencemos a nós mesmos» (v. 20a); a castidade é uma afirmação cheia de alegria: «glorificai a Deus no vosso corpo» (v. 20b). S. Paulo não se limita a condenar aprostituição sagrada dos santuários idolátricos, pois não trata aqui da idolatria, mas da castidade; fala sem os eufemismos: «fornicação», traduzida pelo termo vago,«imoralidade» (v. 18), tendo-se omitido na leitura litúrgica os bem fortes versículos 15b-16: «como é possível tomar os membros de Cristo para fazer deles membros dumaprostituta?…»

Aclamação ao Evangelho

Jo 1, 41.17b

Monição: A nossa vida deveria ser uma contínua acção de graças vibrante de alegria por termos encontrado Jesus Cristo.

ALELUIA

Encontramos o Messias, que é Jesus Cristo.

Por Ele nos veio a graça e a verdade.

Evangelho

São João 1, 35-42

35Naquele tempo, estava João Baptista com dois dos seus discípulos 36e, vendo Jesus que passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus». 37Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas palavras e seguiram Jesus. 38Entretanto, Jesus voltou-Se; e, ao ver que O seguiam, disse-lhes: «Que procurais?» Eles responderam: «Rabi que quer dizer ‘Mestre’ onde moras?» Disse-lhes Jesus: 39«Vinde ver». Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Era por volta das quatro horas da tarde. 40André, irmão de Simão Pedro, foi um dos que ouviram João e seguiram Jesus. 41Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe: «Encontrámos o Messias» que quer dizer ‘Cristo’; 42e levou-o a Jesus. Fitando os olhos nele, Jesus disse-lhe: «Tu és Simão, filho de João. Chamar-te-ás Cefas» que quer dizer ‘Pedro’.

Os três Sinópticos apresentam os primeiros discípulos noutro contexto, o do chamamento (Mt 4,18-22; Mc 1,16-20; Lc 5,1-11), ao passo que o IV Evangelho se limita a relatar um primeiro encontro, cheio de vivacidade e encanto.

35 «João». A tradução litúrgica, para desfazer equívocos, acrescentou: «Baptista». A verdade é que o 4.° Evangelho só conhece um João, por isso nunca o adjectiva de Baptista. Neste relato não se fala do nome do companheiro de André, que seria o próprio evangelista (cf. 13, 23; 18, 15; 19, 26.35; 20, 2; 21, 2.20.24), o qual, por humildade, nunca fala do seu próprio nome, o que é um sinal de que a ele se deve a autoria deste Evangelho.

36 «Eis o Cordeiro de Deus» (cf. Jo 1, 20). A Liturgia e a iconografia cristã dão grande relevo a este testemunho do Baptista. A expressão é muito rica de significado e faz referência não só ao cordeiro pascal (cf. 1 Cor 5, 7; Jo 19, 36), como também ao Servo de Yahwéh Sofredor, comparado em Is 57, a um manso cordeiro levado à morte (a própria palavra aramaica certamente usada pelo Baptista, «talyá», significa tanto cordeiro como servo).

37-40 O relato conserva a frescura e o encanto de quem viveu intensamente aquele momento único e decisivo da vida docemente subjugado pela atracção humana e o fascínio divino da pessoa de Jesus. Cerca de setenta anos depois, João recorda exactamente a hora e, em pormenor, aquela inolvidável e tímida troca de palavras. Eis o comentário de Santo Agostinho: «Não O seguiram para ficar definitivamente com Ele. (…) Quiseram somente ver onde habitava… O Mestre mostrou-lhes onde habitava e eles foram e permaneceram com Ele. Que dia feliz e que feliz noite passaram! Quem poderá dizer-nos o que eles ouviram da boca do Senhor? Façamos nós também uma habitação no nosso coração, e venha o Senhor até junto de nós para nos ensinar e falar connosco!» (In Ioh. tract. 7, 9).

41-42 «Encontrámos o Messias!» (Eurêkamen …) O grande achado da vida, que os faz exclamar mais exultantes que o sábio grego Arquimedes ao descobrir o seu célebre princípio da Física: «êureka!». E não se pode conhecer Cristo sem transmitir a outros essa grande e feliz notícia. «Messias», é uma palavra hebraica (em grego «Cristo»), que significa aquele que foi ungido, designando-se assim um novo rei David esperado para restaurar o reino de Israel no fim dos tempos (cf. 2 Sam 7, 12-16.19.25.29; 1 Cr 17, 11-14; Is 11, 1-9; Act 2, 30; Lc 1, 32-33). Cefas não era um nome, mas um apelativo original, pedra (em aramaico), para indicar, neste caso, não uma característica pessoal (Simão não se distinguia pela firmeza da rocha: cf. 18, 17.25.27), mas a missão a que Deus o destinava de vir a ser a pedra em que Jesus assenta a sua Igreja (cf. Jo 21, 15-18; Mt 16, 18-19; Lc 22, 31-33).

Sugestões para a homilia

A vocação sobrenatural.

Discernimento da vocação.

Necessidade da virtude da castidade.

Toda vocação é apostólica.

A vocação sobrenatural

O Profeta Samuel (1ªLeit.) está separado por um arco de mais de mil anos dos pescadores de Genesaret: João, André e Pedro, mas os quatro foram chamados por Deus para colaborar na Obra da Salvação.

Deus aproxima-se dos homens e mulheres de todos os tempos e a todos chama à santidade e ao apostolado em Cristo, pela incorporação na Igreja. A esse chamamento designamos como vocação (do latim vocare: chamar) cristã.

Mas o Espírito Santo fez surgir também dentro da Igreja variadas instituições, que são modos diversos de realizar o seguimento de Cristo, e constituem uma especificação da vocação geral do cristão. O chamamento que a todos faz Deus para serem santos, em muitos casos vai acompanhado da indicação concreta de algum de esses caminhos de santidade existentes na Igreja.

Peçamos a Deus que todos os cristãos, e em especial os jovens como Samuel, João e André, saibamos reconhecer e seguir o projecto de Deus para as nossas vidas.

Discernimento da vocação

A vocação manifesta-se, frequentemente, na intimidade do diálogo com Deus (cfr. 1ª Leit. e Ev.). Um elemento essencial para o seu discernimento será o conselho oportuno (cfr.1ª Leit., conselho de Heli a Samuel) do sacerdote que orienta espiritualmente cada alma.

Necessidade da virtude da castidade

A virtude da castidade, que São Paulo exorta a viver aos primeiros cristãos (2ª Leitura) é necessária para ter uma vida humana digna e para corresponder à vocação cristã. Mas uma vez que só com a sua vivência é possível alcançar a verdadeira intimidade com Deus (cfr. Mt 5, 8), é condição imprescindível para aqueles que receberam a vocação a um maior empenhamento cristão quer no celibato quer na vida matrimonial.

Toda vocação é apostólica

A consequência lógica de ter encontrado Jesus Cristo (cfr. Ev.) é procurar que O encontrem e amem também os nossos familiares, amigos, vizinhos, colegas de profissão, etc. Deus serve-se, habitualmente, do testemunho e a palavra para dos cristãos para atrair a Si a aqueles que ainda O não conhecem. Pensemos se já aproximamos de Deus muitas pessoas ao longo da nossa vida.

Fala o Santo Padre

«Desejamos que o ano novo seja um tempo para renovar o nosso caminho espiritual com Jesus.»

 

Com o Domingo passado, no qual celebrámos o Baptismo do Senhor, começou o tempo ordinário do ano litúrgico. A beleza deste tempo está no facto de que nos convida a viver a nossa vida ordinária como um itinerário de santidade, isto é, de fé e de amizade com Jesus, continuamente descoberto e redescoberto como Mestre e Senhor, Caminho, Verdade e Vida do homem. É o que, na liturgia de hoje, nos sugere o Evangelho de João, apresentando-nos o primeiro encontro entre Jesus e alguns dos que se tornarão seus apóstolos. Eles eram discípulos de João Baptista, e foi precisamente ele quem os orientou para Jesus, quando, depois do Baptismo no Jordão o indicou como «Cordeiro de Deus» (Jo 1, 36). Então dois dos seus discípulos seguiram o Messias, o qual lhes perguntou: «Que pretendeis?». Os dois perguntaram-lhe: «Mestre, onde moras?». E Jesus respondeu: «Vinde e vereis», isto é, convidou-os a segui-lo e a estar um pouco com Ele. Nas poucas horas transcorridas com Jesus, eles ficaram tão admirados, que imediatamente um deles, André, falou com o irmão Simão dizendo-lhe: «Encontrámos o Messias». Eis duas palavras singularmente significativas; «procurar», «encontrar».

Podemos tirar da página evangélica de hoje estes dois verbos e obter uma indicação fundamental para o ano novo, que desejamos seja um tempo no qual renovar o nosso caminho espiritual com Jesus, na alegria de o procurar e de o encontrar incessantemente. De facto, a alegria mais verdadeira está na relação com Ele encontrado, seguido, conhecido, amado, graças a uma contínua tensão da mente e do coração. Ser discípulo de Cristo: isto é suficiente para o cristão. A amizade com o Mestre garante à alma paz profunda e serenidade também nos momentos obscuros e nas provas mais difíceis. Quando a fé se confronta com noites escuras, nas quais já não se «sente» nem se «vê» a presença de Deus, a amizade de Jesus garante que na realidade nada nos pode separar do seu amor (cf. Rm 8, 39).

Procurar e encontrar Cristo, fonte inexaurível de verdade e de vida: a palavra de Deus convida-nos a retomar, neste início de ano novo, o caminho de fé que nunca se conclui. «Mestre, onde moras?», dizemos também nós a Jesus e ele responde-nos: «Vinde e vereis». Para o crente é sempre uma incessante busca e uma nova descoberta, porque Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre, mas nós, o mundo, a história, nunca somos os mesmos, e Ele vem ao nosso encontro para nos oferecer a sua comunhão e a plenitude da vida. Peçamos à Virgem Maria que nos ajude a seguir Jesus, saboreando todos os dias a alegria de compreender cada vez mais o seu mistério.

Bento XVI, Angelus, 15 de Janeiro de 2006

LITURGIA EUCARÍSTICA

SANTO

Monição da Comunhão

Nos repetimos as palavras do centurião de Cafarnaum, «Senhor eu não sou digno…» porque nunca poderemos merecer o dom da Sagrada Comunhão. Mas procuremos preparar-nos o melhor possível fazendo muitos actos de Fé e de Amor. Se não nos encontrarmos em condições de comungar sacramentalmente, façamos uma comunhão só de desejo e acudamos, quanto antes a receber o perdão de Deus no sacramento da penitência

Salmo 22, 5

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Para mim preparais a mesa e o meu cálice transborda.

Ou

Jo 4, 16

Nós conhecemos e acreditámos no amor de Deus para connosco.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Infundi em nós, Senhor, o vosso espírito de caridade, para que vivam unidos num só coração e numa só alma aqueles que saciastes com o mesmo pão do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

RITOS FINAIS

Monição final

Alimentados com a Palavra de Deus e o Pão da Vida, voltemos aos nossos afazeres, e continuemos o nosso encontro com Cristo procurando viver todos os momentos e circunstâncias da nossa vida como bons filhos de Deus

HOMILIAS FERIAIS

2ª SEMANA

2ª Feira, -I: Doutrina da Igreja e remendos.

Heb 5, 1-10 / Mc 2, 18-22

Podem os companheiros do noivo jejuar, enquanto o noivo está com eles?

Nos primeiros dias do Oitavário de orações pela unidade dos cristãos lembremos a unidade de Cristo e da Igreja: «Este aspecto é muitas vezes, expresso pela imagem do esposo e da esposa. O próprio Senhor se designou como ‘Esposo’ (Ev)» (CIC, 796).

Nesta união não cabem remendos que podem estragar todo o tecido. A Igreja é o ‘vestido novo’, sem rasgões, santa. Procuremos viver de acordo com os seus ensinamentos. Cristo deu-nos exemplo de obediência: «Apesar de ser filho aprendeu, de quanto sofrera, o que é obedecer» (Leit).

3ª Feira, -I: Esperança na unidade.

Heb 6, 10-20 / Mc 2, 23-28

Nessa esperança, nós temos uma espécie de âncora da alma, inabalável e segura.

A esperança mantém vivas as promessas feitas por Deus sobre a vida eterna e os meios para alcançá-la. Deus fez uma promessa a Abraão, ele teve esperança, e obteve uma descendência abundante (cf Leit).

De modo semelhante temos esperança na unidade da Igreja, graças ao Espírito Santo: «A Igreja é una graças à sua alma: o Espírito Santo realiza esta admirável comunhão dos fiéis e une-os tão intimamente em Cristo, que é o princípio da unidade da Igreja» (CIC, 813). Peçamos este dom da unidade ao Espírito Santo.

4ª Feira, -I: Causas da divisão: As infidelidades.

Heb 7, 1-3. 15-17 / Mc 3, 1-6

Então, (Jesus) indignado, olhou-os em redor, entristecido com a dureza daqueles corações.

A dureza do coração dos fariseus era um impedimento para a cura de um homem que tinha a mão paralizada (cf Ev).

A unidade dos cristãos é um desejo de Cristo, mas encontra também muitos corações endurecidos. Para que o Senhor conceda este dom à Igreja exige-se «umarenovação permanente da Igreja, a conversão do coração, com o fim de levar uma vida mais pura segundo o Evangelho, pois o que causa as divisões é a infidelidade dos membros ao dom de Cristo» (CIC, 821).

5ª Feira, -I: O pecado e a união dos cristãos.

Heb 7, 25-8, 6 / Mc 3, 7-12

Veio ter com Jesus uma grande multidão, por ouvir contar tudo o que Ele fazia.

Jesus cura as doenças e perdoa igualmente os pecados, como Médico divino que é (cf Ev). Para isso, é necessário que haja uma aproximação do Médico divino: «pode salvar de maneira definitiva aqueles que, por seu intermédio, se aproximarem de Deus» (Leit).

Para obter a unidade é necessário que haja uma luta mais decidida contra o pecado: «As rupturas que ferem a unidade do Corpo de Cristo devem-se aos pecados dos homens: ‘onde há pecados, aí se encontra a multiplicidade, o cisma, a heresia, o conflito. Mas onde há virtude aí se encontra a unicidade e aquela união’» (CIC, 817).

6ª Feira, -I: Povo novo, Aliança Nova.

Heb 8, 6-13 / Mc 3, 13-19

Olhai que virão dias em que hei-de concluir uma Aliança Nova com a casa de Israel e a casa de Judá.

Jesus escolheu os Doze, para andarem com Ele e participarem da sua missão (cf CIC, 551). De entre eles, Simão Pedro ocupa o primeiro lugar. Foi-lhe confiada uma missão única, para defender a fé.

Para que haja um só povo e uma só fé Jesus vai estabelecer uma Aliança Nova com o novo povo de Deus: «A lei nova ou lei evangélica é obra do Espírito Santo e, por Ele, torna-se uma lei interior de caridade: ‘Hei-de imprimir as minhas leis no seu espírito e gravá-las-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo’ (Leit)» (CIC, 1965).

Sábado,-I: A unidade e a Eucaristia.

Heb 9, 2-3. 11-14 / Mc 3, 20-21

Cristo é, pois, Mediador de uma Aliança Nova: uma vez que morreu para remir as faltas cometidas durante a primeira Aliança.

Jesus quer estabelecer uma Aliança nova com o novo povo de Deus (cf Leit). Um dos passos que deu foi a instituição da Eucaristia.

«A aspiração para chegar à meta da Unidade impele-nos a olhar para a Eucaristia, que é o sacramento supremo da unidade do povo de Deus, a sua condigna expressão e fonte insuperável. Na celebração do sacrifício eucarístico, a Igreja eleva a sua prece a Deus, para que conceda aos seus filhos a plenitude do Espírito Santo, de modo que se tornem em Cristo um só corpo e um só espírito» (CIC, 43).

Celebração e Homilia:          CARLOS SANTAMARIA

Nota Exegética:                     GERALDO MORUJÃO

Homilias Feriais:                   NUNO ROMÃO

Sugestão Musical:                 DUARTE NUNO ROCHA

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